Um dia depois de o PSB ter virado situação em Diadema, o clima esquentou ontem no Legislativo. Os vereadores Célio Lucas de Almeida, o Célio Boi (PSB), e José Francisco Dourado, o Zé Dourado (PSDB), foram os protagonistas da troca de elogios, durante sessão ordinária.

Aliás, o Legislativo viveu dia atípico, desde visita inesperada de advogados para barrar projeto do Executivo até protesto da população em defesa de aumento de passagens gratuitas às pessoas com deficiências.

E as críticas também vieram por parte dos vereadores. Entre eles, Célio Boi, que foi à tribuna falar sobre a reportagem publicada ontem no Diário sobre radares de velocidade escondidos nas cidades de Diadema e São Bernardo.

Não é de hoje que o socialista critica a postura do governo acerca do fato de camuflar os equipamentos. E manteve o seu discurso, mesmo sendo, agora, situação. "Sou contra os radares escondidos atrás da moita, seja no governo que for", afirmou.

Também na tribuna Célio Boi falou sobre a parceria entre PT e PSB, depois de quase 20 anos dos socialistas na oposição. "O meu partido fechou com o governo. Respeito, mas não foi para me calar a boca. O nosso objetivo é defender os interesses da cidade, mas não vou aceitar chacotas nos bastidores desta Casa", alfinetou.

O recado foi direto para o tucano Zé Dourado, que teria brincado com Célio Boi pelo fato de ter ido para o governo. No entanto, a brincadeira virou motivo de bate-boca - agora apenas os três vereadores do PSDB integram a bancada contrária ao governo Mário Reali (PT).

"Eu quero que todas aquelas propostas dos tempos de campanha sejam mesmo colocadas em prática. Vou cobrar, inclusive", afirmou Zé Dourado, referindo-se ao fato de o PSB ter sido aliado no pleito de 2008.

Para Laércio Soares (PCdoB), isento na história, o embate foi natural. "Você perde espaço, reações surgem", avaliou.