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Alíquota da CPMF aumenta neste domingo
Patrícia Eloy
Do InvestShop.com
17/03/2001 | 17:26
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A partir deste domingo o valor da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) passa de 0,3% para 0,38%. A alteração pode parecer pequena à primeira vista, mas ela exige cuidado por parte do investidor, porque a contribuição é cobrada automaticamente em movimentações bancárias que fazem parte do dia-a-dia, como transferências e saques. Com isso, o ideal é fugir do troca-troca de aplicações.

Para o analista de renda variável do banco Prosper, Gustavo Alcântara, a mudança significa, para o investidor, mais atenção nos prazos de aplicação. “Quanto mais curto for o prazo, mais comprometida ficará a rentabilidade da aplicação. Com os prazos alongados, as perdas ficam reduzidas”, afirmou. Segundo Alcântara, se o volume investido não for extremamente elevado, não vale a pena mudar a data dos investimentos. Com isso, quem possui investimentos a longo prazo deve sentir pouco o aumento da CPMF. Já que ela será cobrada apenas no momento do saque, o impacto será bem menor do que o do investidor que opta por mudar sempre de aplicação.

Com a alíquota de 0,3%, quem optar por investir R$ 10 mil, aplicaria, na verdade, R$ 9.970. Considerando uma rentabilidade de 17% acumulada no período de doze meses (como, por exemplo, a média dos fundos de renda fixa em 2000), a aplicação renderia R$ 1.693,90 no ano. Ao fim do período, o investidor teria R$ 11.664,90 em conta corrente. Já com a alíquota de 0,38%, a aplicação inicial seria de R$ 9.962. Considerando a mesma rentabilidade (17%), o investidor teria um ganho de R$ 1.693,54 no ano. Isso significa R$ 11.655,54 na conta corrente após doze meses.

Investidores que operam no mercado de ações fazendo day-trade (compra e venda de papéis no mesmo dia) não terão de pagar CPMF. Entretanto, quem optar pelo troca-troca de papéis pagará a contribuição a cada operação. Mas a alteração de alíquota não deve afugentar investidores.

“Para quem aplica R$ 100 mil, a diferença entre movimentar o dinheiro sob uma alíquota ou outra é de R$ 80. Para investidores menores, o valor é muito baixo, o que não compensa a mudança”, garantiu Alcântara. Para o economista Luiz Carlos Ewald, a nova alíquota será problema principalmente para quem não consegue fugir do cheque especial. “Neste caso, a CPMF incide duas vezes: uma quando o dinheiro é sacado e outra quando o investidor fizer um depósito para cobrir o saldo negativo.”




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