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Pitta se diz tranquilo quanto a seu futuro político
Do Diário do Grande ABC
14/05/1999 | 19:57
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O prefeito Celso Pitta (sem partido) disse nesta sexta-feira estar tranqüilo com relaçao a seu futuro político. Apesar da pesquisa publicada nesta sexta-feira pelo jornal "O Estado de S.Paulo", que revelou que 78% da populaçao apoia sua cassaçao, e da declaraçao de voto a seu favor de apenas 5 dos 55 vereadores, ele voltou a afirmar nao ter o que temer. "Contamos com o apoio da Câmara e da opiniao pública". Ele preferiu analisar os números da Câmara de maneira positiva. Em vez de avaliar quantos parlamentares o apoiam, preferiu comentar sobre a quantidade de vereadores o querem ver fora do Palácio das Indústrias. "Apenas 21 vao votar contra mim".

Para que seja instalada uma comissao processante é preciso o voto de pelo menos 33 parlamentares.

A diferença, 12 votos, é igual ao número de parlamentares que se disseram indecisos nesta quinta-feira - outros 14 vereadores nao foram localizados e 1 nao votará. "A insuficiência de números para a aprovaçao do impeachment é a visao realista que deve ser enfatizada", disse. Mesmo ao comentar a indefiniçao de voto do líder do PPB na Casa, vereador Paulo Frange, Pitta tentou manter a confiança. "É claro que os vereadores estao avaliando os prós e os contras de sua decisao, mas acredito que vá prevalecer aquela que é de interesse público, ou seja, a continuidade da moralidade e da erradicaçao da corrupçao que é a minha posiçao".

O prefeito voltou a acusar seu antecessor, Paulo Maluf, e o vice-prefeito, Régis de Oliveira (sem partido), de articularem sua derrota na Câmara.

Régis é também corregedor do Serviço Público Municipal. "O que se pode depreender das declaraçoes do vice-prefeito é que ele vê com grande interesse a minha saída". Apesar de declaraçoes assim, Pitta nao afirmou que o demitirá do cargo de corregedor. "Eu vejo a posiçao dele muito fragilizada", disse Pitta.

Pesquisa - Nesta sexta-feira Pitta visitou a Administraçao Regional da Penha e afirmou que os números da pesquisa InformEstado nao correspondem a manifestaçao das pessoas nas ruas. "Pudemos ver o contrário do que a pesquisa mostrou". Ele percorreu diversas ruas da regiao, visitou uma creche e uma rua recém-asfaltada. Pelo caminho, encontrou dois caminhoes da Prefeitura e funcionários fazendo limpeza. Junto à uma dessas equipes de limpeza um homem gritou para Pitta e as pessoas que o seguiam ouvir: "Só nesta sexta-feira nao adianta nao".

Na Rua Mambo, uma das paradas de Pitta, a moradora Aldenara Moreno de Melo, de 33 anos, estava satisfeita com o asfalto colocado ali há duas semanas. A medida era uma reivindicaçao de oito anos. "Todo dia reclamávamos". Mesmo ao chegar à AR-Penha, Pitta deparou-se com pessoas protestando. Um grupo de moradores da Favela do Burgo Paulista mostraram a ele cartazes pedindo que a regiao receba mais prédios do Cingapura. "Alguns foram para o Cingapura e agora a empreiteira que está construindo uma avenida está oferecendo R$ 700 para os outros saírem de lá", disse Wilton Martins dos Santos, de 25 anos, um dos manifestantes.

Apoio, Pitta recebeu de líderes comunitários que se reuniram com ele para expor os problemas da regiao. Diante da administraçao, o vice-presidente da Sociedade Amigos do Jardim Popular, Marcos Antônio de Freitas, de 43 anos, estendeu uma faixa. "Ajude o prefeito a ajudar você".




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