Várias propostas estão em discussão para se modificar ou até mesmo acabar com o atual modelo de avaliação para ingresso no ensino superior. Educadores apontam que o atual sistema faz com que a maioria dos formados não trabalhem na área escolhida.

Segundo pesquisa do Instituto Observatório Universitário, 53% dos estudantes que terminam um curso universitário não exercem a mesma profissão para a qual se formaram. Este e outros assuntos serão abordados durante o congresso organizado pelo Sistema COC de Ensino, no próximo dia 20, em São Paulo.

Além da escassez de vagas no mercado de trabalho, a falta de maturidade dos estudantes para escolher a futura profissão é apontada como uma das causas da situação. Por isso, na avaliação do reitor da UFBa (Universidade Federal da Bahia), Naomar Monteiro de Almeida Filho, é necessário reformular todo o sistema educacional para que o vestibular seja extinto.

No modelo que será apresentado pelo reitor da UFBa, os cursos universitários passariam a ser compostos de três ciclos: bacharelado geral, formação profissional e especialização semelhante ao mestrado. Para ingresso no primeiro ciclo, o aluno só teria que ter um bom desempenho no ensino médio. "O aluno acumularia pontos que seriam levados em conta pelas universidades para aceitá-lo. O Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) poderia ser um bom termômetro", argumentou.

Com isso, o ensino médio teria a competência de fornecer uma base de conhecimento para que o estudante possa ter, em um primeiro momento, uma formação mais ampla em todas as áreas, e posteriormente optar por uma especialização profissional. O resultado seria um quadro de alunos mais críticos, com uma sólida formação acadêmica e com mais chances de obter sucesso na carreira escolhida.

Entre os demais temas das palestras do congresso, estão a avaliação interdisciplinar, as mudanças no ensino médio, as políticas de inclusão, o reflexo na qualidade do ensino superior e a avaliação seriada como alternativa ao modelo convencional de vestibular.