Os ex-deputados Ronivon Santiago (PP-AC) e Bispo Rodrigues (PL-RJ), além de outras 44 pessoas, entre elas 11 assessores de parlamentares, foram presas nesta quinta-feira acusadas de crimes contra a ordem tributária, formação de quadrilha, fraude em licitação e corrupção ativa e passiva. A Operação Sanguessuga, coordenada pela PF (Polícia Federal), deve cumprir até o fim do dia 70 mandados de prisão, busca e apreensão em quatro Estados (Acre, Mato Grosso Rio e Amapá) e no Distrito Federal.

De acordo com a PF, Ronivon e Rodrigues apresentaram emendas parlamentares para a liberação de recursos para a compra fraudulenta de ambulâncias. Já o empresário Marco Antonio Lopes, que está entre os presos, atuava junto às prefeituras que seriam beneficiadas, para favorecer empresas em que tinha interesse, de modo que ganhassem as licitações para a compra de ambulâncias. A quadrilha teria movimentado R$ 110 milhões entre os anos de 2000 e 2005.

O ex-parlamentar do PP foi detido no Acre, enquanto o ex-deputado do PL se apresentou à superintendência da PF em Brasília, acompanhado de um advogado. Entre os envolvidos estão servidores públicos, assessores parlamentares e empresários. O número de detidos deve aumentar no decorrer do dia.

Ronivon Santiago teve seu mandato de deputado cassado em dezembro de 2005. Ele foi acusado de compra de votos nas eleições de 2002. Já Rodrigues renunciou ao mandato em setembro do ano passado por suspeitas de envolvimento no esquema do 'mensalão'.

Paralmentares — de acordo com a PF, os assessores presos pertencem aos gabinetes do senador Ney Suassuna (PMDB-PB) e dos deputados Pastor Pedro Ribeiro (PMDB–CE), Vieira Reis (PRB-RJ), Nilton Capixaba (PTB-RO), Maurício Rabelo (PL-TO), Elaine Costa (PTB-RJ, licenciada), Edna Macedo (PTB-SP), Eduardo Seabra (PTB-AP) e João Mendes (PSB-RJ), além de um ex-assessor do gabinete do ex-deputado Ronivon Santiago (AC).