O prefeito Philips Jekriel, porta-voz da polícia da província das Molucas, cuja capital é Ambon, declarou nesta quarta-feira que, entre 19 de janeiro e 1o. de fevereiro, foram encontrados os corpos de 95 pessoas. Essa cifra, que supera o balanço oficial anterior que era de 65 mortos, ainda está longe da realidade, segundo várias fontes.

Kontras, organizaçao nao-governamental que foi a primeira a revelar, em maio do ano passado, em Jacarta, a violaçao sistemática das cidades indonésias de origem chinesa, declarou que dispoes de uma lista de 149 vítimas.

O balanço poderá ser muito mais grave e fontes indonésias confirmaram oficiosamente que as estimativas estrangeiras, que assinalam várias centenas de mortos, sao exatas.

As autoridades indonésias, por sua parte, tentam minimizar os danos causados pelos enfrentamentos religiosos que ocorreram em Ambon, cidade apresentada há várias semanas pelo presidente Jusuf Habibie como um modelo de coexistência entre as comunidades religiosas. Esta atitude teria por objetivo tentar evitar a propagaçao da violência.

O general Wiranto, comandante-em-chefe do Exército e ministro da Defesa, desmentiu hoje as informaçoes que assinalavam novos enfrentamentos em Ambon.

Em relaçao ao coronel Karyono, chefe da polícia de Molucas, citado hoje pela agência oficial de notícias Antara, este teria informado que os enfrentamentos de ontem causaram a morte de uma pessoa e dois feridos graves.

Durante os últimos meses multiplicaram-se os enfrentamentos em todo o país entre as minorias indígenas das diferentes ilhas, em sua maioria católicos, e os colonos muçulmanos chegados de outras regioes.

Estes tipos de incidentes foram assinalados nas últimas semanas, segundo a imprensa indonésia, em Molucas, Kalimantan, parte indonésia de Bornéu, assim como em Sumatra, nas Celebes e em Irian Jaya (Papuásia Ocidental).