O casal Neusa, 60 anos, e Mário Gurgel Filho, 69, de Santo André, guardam uma lembrança inesquecível do papa João Paulo II em suas memórias e imagens registradas em várias fotos, que os remetem ao dia 24 de julho de 1998. Nessa data, a dona-de-casa e o professor de latim da Diocese de Santo André conheceram pessoalmente o pontífice em sua residência de verão – o Castelo Gandolfo – nas proximidades do Vaticano, na Itália. “Foi um encontro comovente, eu não conseguia expressar uma palavra porque não parava de chorar. Era uma pessoa de grande serenidade e seu semblante expressava paz”, afirma Neusa.

A promoção desse encontro foi articulada pelo irmão de Gurgel, o bispo mineiro da cidade de Itabira, dom Mário Teixeira Gurgel. “Vimos o papa primeiramente na praça do Vaticano”. Neusa conta que foi impressionante observar João Paulo II se expressar em vários idiomas para se comunicar com diferentes povos. “Ao falar português, tivemos a sensação de estar muito próximo de alguém que nos conhecia”, diz a dona-de-casa.

Mas a maior surpresa estava reservada para o dia seguinte, quando participaram de uma missa restrita celebrada pelo papa junto com dom Mário em uma pequena capela no castelo Gandolfo. Lá receberam a eucaristia pelas mãos do papa e sete terços que o pontífice deu para toda a família.

Para o professor Mário Filho, João Paulo II foi um homem corajoso até o momento de sua morte. “Há aqueles que acham que era muito conservador, mas essa era a missão dele de conservar os princípios dogmáticos da Igreja. Por outro lado, como evangelizador, viajou pelo mundo inteiro. Não foi um papa de gabinete. Foi um líder político”.