Os bons resultados alcançados no ano passado botaram fogo na disposição das montadoras de acelerar a renovação ou ampliação das suas linhas de produtos. A primeira a mostrar novidade este ano será a Ford que prepara a troca do motor diesel 2.8 litros para outro de 3.0 16V na picape Ranger. Logo depois será a vez da Toyota apresentar a nova geração da Toyota Hilux completamente reformulada. Nos países onde já está à venda, a picape Toyota recebeu o codinome de Vigo, que ainda não está definido se será ou não usado no Brasil.

Mas a grande importância desse lançamento da Toyota vem do fato de a picape ser de uma nova geração e não uma simples atualização de linha. Isso significa que tudo é novo, a começar pelo chassi, que é mais robusto, porém mais leve que a plataforma do modelo atual. A cabine também é completamente nova, assim como a motorização. O modelo continuará a ser montado na fábrica da Argentina, mesmo endereço da Ford Ranger, que também recebe atualizações. As vendas iniciam em março e as revendas da Toyota já estão fazendo ações para atrair consumidores.

As razões para o mercado estar tão agitado com a chegada desse novo produto da Toyota (leia-se montadoras), vêm exatamente do fato de a picape ser de uma geração evoluída. Isso significa que os problemas crônicos do projeto original serão definitivamente resolvidos, enquanto que nas atualizações de linha o máximo que se consegue é maquiar com soluções paliativas.

A nova geração da Hilux, por exemplo, mede 5,13 metros enquanto a atual tem 4,48 metros. Outra boa notícia vem da maior distância entre-eixos que saltou de 2,86m para 3,08m. Isso significa, com o natural remanejamento do trem de força, maior espaço útil na cabine, especialmente no compartimento traseiro, um problema crônico na maioria das picapes que estão hoje no mercado. A Mitsubishi L200, por exemplo, tem 2,96 de entre-eixos e a Frontier 2,95 m. A Ford Ranger, embora tenha entre eixos de 3,19 m, sacrifica os passageiros com mais de 1,75 m que viaja no banco traseiro.

A Toyota não faz um comentário sequer sobre o novo produto que vem sendo mantido em absoluto sigilo. Mas é possível afirmar que a nova picape terá versões com tração 4x2 e 4x4, seguindo a maioria dos fornecedores desse mercado (a Mitsubishi L200 só é vendida com sistema 4x4). O que ainda é uma incógnita é se a marca manterá o fornecimento da cabine simples. Vale lembrar que 84% do mercado total de picapes médias no Brasil têm motor diesel, cabine dupla e tração 4x4. Outra novidade é a oferta de uma versão equipada com câmbio automático de quatro velocidades.

Além do chassi de perfil mais plano, o que reduz a altura da cabine sem diminuir o espaço livre do solo (o brasileiro gosta de picape alta), a no0va linha de motores é outro destaque na nova Toyota Hilux. É possível que a marca mantenha dois tipos de motores, um de 3.0 litros e outro de 2,5 litros, ambos com cabeçote de 16 válvulas (outra novidade técnica) e gerenciamento eletrônico, sem contar o sistema de turbo alimentação com intercooler. O 3.0 16 deverá ter potência acima dos 163 cv a 4.000 rpm e o 2.5 16V gera 119 cv a 2.000 rpm. O primeira gera torque 34,8 mkgf entre 1.400 a 3.40 rpm, enquanto o segundo produz uma força de 32,4 mkgf a 2.00 rpm.

A transferência das montadoras que estão no segmento das picapes médias para os motores diesel de última geração (cabeçote de multiválvulas e gerenciamento eletrônico), se deve ao fato do Brasil passar a exigir que 40% dos veículos vendidos a partir desse ano já estejam enquadrados na categoria Euro III de controle de emissões. O programa prevê um aumento nesse percentual pára os próximos anos, o que só será possível com os motores eletrônicos.