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Onda de violência continua assustando a população do RJ
Do Diário OnLine
09/04/2003 | 19:55
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Depois de viver uma madrugada de terror, a cidade do Rio de Janeiro continuou sofrendo com a violência de traficantes nesta quarta-feira. Policiais militares confirmaram durante a tarde que uma agência do Unibanco e um posto de Gasolina localizados na zona Norte fluminense também foram atingidos por tiros na madrugada. Há marcas de balas nas fachadas dos estabelecimentos, sendo que no banco, a fachada principal ficou com o vidro estilhaçado.

Comerciantes dos bairros de Bom Sucesso e Manguinhos baixaram suas portas a mando dos traficantes locais. Viaturas da polícia foram até a região para apurar a situação. Pela manhã, traficantes da Favela da Lagoinha, no Caramujo, queimaram um ônibus da linha 26 (Caramujo-Centro), da Viação Ingá. No entanto, segundo o superintendente do Sindicato das Empresas de Transporte Rodoviário do Estado do Rio, Mário Mesquita, as empresas de ônibus de Niterói não receberam ameaças para retirar os ônibus das ruas.

Já em São Gonçalo os empresários afirmaram ter recebido ameaças. Algumas empresas operaram com apenas 30% da frota, com a Viação Coesa, que opera precariamente desde o início da madrugada. A Viação Galo Branco também recolheu os ônibus à garagem por medo de represália dos criminosos.

Mais tarde, traficantes do Morro do Viradouro, em Santa Rosa, proibiram que ônibus de circularem pela estrada da Garganta, uma das principais vias de acesso à Região Oceânica e de Pendotiba. Os coletivos foram desviados para o bairro de São Francisco o que gerou uma série de tumultos na região de Santa Rosa.

Em Maria da Graça, traficantes incendiaram um ônibus entre as ruas Luísa Vale e Domingos Magalhães, na zona Norte. Cinco homens fecharam a rua obrigaram o veículo da viação Lourdes a parar. Todos os passageiros, o motorista e o cobrador foram retirados do coletivo, e então, um artefato foi colocado dentro do coletivo, causando uma explosão que acabou por deixar a rua Luísa Vale interditada.

O presidente da Fetranspor, Luis Carlos Urquiza Nobrega, informou que desde abril de 1999 até essa terça, 439 coletivos foram incendiados por criminosos, o que significa um prejuízo linear para as empresas de R$ 37 milhões.

Aviso - Segundo a governadora do Rio, Rosinha Matheus, o governo foi informado sobre a ação dos traficantes por volta das 21h dessa terça-feira e, com isso, reforçou o policiamento nas ruas e enviou o Batalhão de Operações Policiais (Bope) para Bangu, onde havia um plano de motim.

O secretário de Segurança, Josias Quintal, afirmou que a ordem para esses ataques partiu de dentro dos presídios. “Alguém vai ter que dobrar os joelhos e não vai ser a polícia nem o governo”, disse o secretário, garantindo que as forças policiais estão preparadas para dar a resposta e o tratamento que os criminosos merecem.

As ações criminosas cometidas durante a madrugada seriam uma represália do crime organizado ao tratamento mais rigoroso a que os presos estão sendo submetidos.

Governo Federal - Na noite desta quarta-feira, o secretário Nacional de Segurança Pública do Ministério da Justiça, Luiz Eduardo Soares, divulgou uma nota oficial em que revela que o governo do Rio de Janeiro está estudando uma proposta feita pelo governo federal para combater a crise de violência que atinge o Estado.

Confira na íntegra a nota:

"Diante dos últimos acontecimentos registrados no Rio de Janeiro relacionados à sua área de atuação, o secretário Nacional de Segurança Pública do Ministério da Justiça, Luiz Eduardo Soares, informa que:

1. As autoridades do governo do Estado do Rio de Janeiro estão analisando proposta do governo federal contendo uma série de ações conjuntas para o enfrentamento desta situação de crise.

2. Por questões óbvias, estas propostas não podem ser anunciadas previamente. Contudo, as autoridades federais ligadas à área de segurança pública têm a convicção de que estas medidas produzirão conseqüências que possibilitarão, no menor espaço de tempo possível, a reversão do quadro registrado naquele estado."




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