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William opta por casamento austero durante crise
24/04/2011 | 07:40
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O casamento do príncipe William com sua colega de faculdade Kate Middleton, marcado para sexta-feira, guarda semelhanças com as bodas da rainha Elizabeth II com o duque de Edimburgo. Ambos foram realizados em períodos de grave crise. William se casará após o anúncio de um gigantesco corte de gastos públicos, enquanto a avó se casou em 1947, logo após a 2ª Guerra.

Quando a rainha Elizabeth II organizava seu casamento com o duque de Edimburgo, em novembro de 1947, muitos britânicos enviaram seus cupons de racionamento para ajudá-la a montar o enxoval. Recém-terminada a 2.ª Guerra, a Grã-Bretanha vivia anos de austeridade: sob inverno rigoroso, filas se multiplicavam diante de mercados. Pão, batata, manteiga, carne e roupa nova eram artigos de luxo.

A situação pode não ser tão grave, mas a Grã-Bretanha vive hoje um dos piores arrochos econômicos desde o fim da 2.ª Guerra. O objetivo da reforma fiscal anunciada pelo governo é enxugar em quatro anos US$ 133 bilhões do orçamento, que acumulava o pior déficit da história: US$ 255 bilhões. São muitas, porém, as críticas sobre o ritmo e o foco dos cortes, que apenam os mais pobres. No ultimo trimestre de 2010, o PIB britânico recuou 0,5%. Em janeiro, o desemprego atingiu o maior índice desde 1994. Benefícios sociais foram cortados, houve reajuste de impostos e universidades anunciaram que triplicarão as anuidades.

"Novamente, esse será um casamento real em tempos de austeridade. Como em 1947, o evento terá a missão de animar e dar confiança à população para enfrentar a crise", diz Richard Fitzwilliams, conhecido comentarista de assuntos da família real. "A monarquia simboliza unidade e continuidade para os britânicos e um casamento real de fato tem, com sua pompa e tradição, a capacidade de dar alguma cor a esse desalentador cenário de recessão", afirma o historiador Arthur W. Purdue, autor de The Monarchy and the British People ("A Monarquia e o Povo Britânico", em tradução livre). Até o jornal The Guardian, que nos últimos meses criticou as reformas, dobrou-se ao fascínio do casamento. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.




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