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Bonito, o paraíso do ecoturismo
Heloísa Cestari
Do Diário do Grande ABC
05/02/2003 | 20:30
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Embora o nome deva-se a uma fazenda, chamada Rincão Bonito, que existia no local tempos atrás, a denominação não poderia ser mais fiel ao que suas paisagens representam diante dos olhos do turista: é bonito mesmo! Localizado no Mato Grosso do Sul, a 278 km da capital, Campo Grande, o município de Bonito alia alguns dos mais belos pontos ecoturísticos do país a medidas de controle e preservação do meio ambiente, para que seus atrativos não se esvaiam com as águas. O resultado é gratificante: rios cristalinos onde pode-se mergulhar lado a lado com uma infinidade de peixes coloridos, lagos subterrâneos de azul intenso, cachoeiras, vegetação intacta, com várias espécies exóticas de flora, e outros atributos que, juntos, lhe garantiram o título de Capital Nacional do Turismo Ecológico.

Desde que despertou para o turismo, essa pequena cidade – de 5 mil quilômetros quadrados e cerca de 20 mil habitantes –, encravada na Serra da Bodoquena, viu elevar-se para 180 mil o número anual de visitantes, alguns deles ilustres, como o ator norte-americano Harrison Ford.

A melhor época para visitar o município é no período de chuvas, de novembro a março, quando a vegetação está verde, o nível dos rios fica alto e as cachoeiras, mais caudalosas. É também nesses meses que se tem a melhor vista da Gruta do Lago Azul, considerada o carro-chefe entre os mais de 50 atrativos ecológicos de Bonito. Isso porque, nesse período, entre 8h e 9h, os raios solares incidem frontalmente no interior da caverna, intensificando o azul do lago e o branco das rochas calcárias.

A grande concentração de calcário do solo, aliás, é um dos segredos da beleza de Bonito, já que o elemento impede a suspensão de partículas nos lagos e rios, garantindo a transparência das águas e permitindo que elas corram por dutos subterrâneos para formar rios interiores e sumidouros dentro das cavernas.

Descoberta em 1924 e tombada pelo Patrimônio Histórico em 1978, a Gruta do Lago Azul apresenta estrutura de estalagmites, estalactites e travertinos, semelhantes a enormes pingentes de cristal esculpidos pelo tempo. Mas o maior encanto da caverna é, sem dúvida, o lago que lhe deu nome, situado a cerca de 360 m da entrada – incluindo uma escadaria de 292 degraus. Além de limpíssimo, o lago exibe um azul-turquesa misterioso, provocado por monstros que moram no fundo, de acordo com uma lenda local, ou pelo efeito do bicarbonato na água, como preferem os cientistas.

Os tais monstros, é claro, ninguém conseguiu comprovar a existência. Em compensação, algumas ossadas de animais pré-históricos foram encontradas por mergulhadores nas profundezas do lago em 1992, entre elas a de uma preguiça gigante, com 4 m de altura, e o esqueleto de um tigre de dentes-de-sabre, com idade estimada entre 10 e 12 mil anos. Hoje, os únicos seres vivos que habitam a lagoa são um verme comum em cavernas e uma espécie de camarão albino, de apenas 7 mm de comprimento, batizada de poticoara. O passeio até a gruta custa R$ 10 por pessoa.




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