Política Titulo R$ 200 por aluno
Mauá pagará vale para compra de uniforme

Câmara dá aval para Atila transferir verba para associações, que repassarão valor aos pais

Por Júnior Carvalho
Do Diário do Grande ABC
12/02/2020 | 00:01
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Denis Maciel/DGABC


A Câmara de Mauá aprovou ontem em definitivo projeto que autoriza o governo do prefeito Atila Jacomussi (PSB) a transferir cerca de R$ 4 milhões às associações de pais para a aquisição de uniformes escolares. As entidades serão responsáveis por repassar vale, no valor de R$ 200 por aluno.

O modelo da compra de uniformes em Mauá segue o que foi adotado por São Caetano. O projeto aprovado ontem, inclusive, é semelhante ao que foi desenhado pelo governo do prefeito José Auricchio Júnior (PSDB). A diferença é que, em Mauá, o valor será transferido às chamadas APMs (Associações de Pais e Mestres) das unidades. Essas entidades, então, distribuirão vouchers aos pais dos alunos – a rede possui cerca de 20 mil estudantes –, que deverão comprar os uniformes em “estabelecimentos credenciados”.

A medida sugere a compra de duas camisetas manga curta; uma de manga longa; uma jaqueta; duas calças compridas; uma bermuda; um par de tênis e dois pares de meia. O valor deverá ser usado pelas APMs exclusivamente para a compra desses itens, sob pena de devolverem os recursos.

Apesar da aprovação, o projeto recebeu votos contrários e foi alvo de críticas. O oposicionista Marcelo Oliveira (PT) questionou o fato de a proposta não citar detalhes sobre como será feito o credenciamento das lojas. “Não está claro se será feito chamamento.”

Outros parlamentares também criticaram o fato de a medida ter sido aprovada depois do início do ano letivo – as aulas voltaram dia 3. A base governista derrubou emenda do vereador Professor Betinho (DC) que aumentaria o valor dos vales para R$ 500.

PRATO FEITO
A mudança na compra dos uniformes escolares ocorre um ano depois de o MPF (Ministério Público Federal) indiciar Atila e outros agentes públicos por corrupção, fraude de processo licitatório e organização criminosa, no âmbito da Operação Prato Feito, por supostas ilegalidades na compra de 48 mil kits de uniformes, por R$ 8 milhões.

Líder do governo, Bodinho (PRP) rebateu as críticas. “Eu não entendo. O governo foi acusado de superfaturar uniforme. E quando resolve pagar R$ 200, tem vereador querendo aumentar para R$ 500? Cabe a nós vereadores fiscalizar”, defendeu. 

O projeto, agora, segue para sanção do prefeito.




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