``A situaçao melhora progressivamente', disse Louis Garneau, porta-voz das forças de manutençao da paz da Otan. ``O povo de Kosovo deve usar agora meios pacíficos para resolver suas diferenças. O conflito acabou'.

Contudo, o crucial papel desempenhado pelas tropas da Aliança Atlântica continuou sendo muito claro. Só uma escolta de soldados franceses impediu que explodisse a violência quando os kosovares de ascendência albanesa passaram pelo setor sérvio de Kosovska Mitrovica, cidade dividida em duas áreas étnicas.

Quando cerca de 5 mil albano-kosovares passaram pelo setor sérvio, a multidao em marcha gritava lemas em favor da Albânia e o Exército de Libertaçao de Kosovo, enquanto os moradores da área respondiam com gritos de ``Sérvia'. Apesar de algumas pedradas e da queima de bandeiras, a marcha de uma hora terminou sem maiores incidentes.

Garneau condenou atos isolados de violência em diversos pontos de Kosovo, inclusive um incidente no povoado de Liplijan, ao sul de Pristina, em que dez médicos e enfermeiros sérvios foram agredidos por funcionários albaneses de uma clínica. Ele disse ainda que uma sérvia contara que ela e seu marido tinham sido espancados no povoado meridional de Urosevac e que um helicóptero canadense tinha sido alvo de disparos, embora nao tenha sido alcançado, durante vôo de patrulha sobre Pristina.

A Otan começou a restringir as açoes dos refugiados de origem albanesa que voltam para a província e a impedir que façam represálias contra os sérvios, minoritários na regiao, que os submeteram a abusos durante a guerra de Kosovo. Pelo menos 60 mil sérvios fugiram da província por temerem represálias.