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'Não farei leilão de escravos', diz ministro do Trabalho
Do Diário OnLine
Com Agências
07/05/2003 | 15:00
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O ministro do Trabalho e Emprego, Jaques Wagner, afirmou nesta quarta-feira, em encontro com membros da Força Sindical, que a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) precisa ser reformulada, pois ficou desatualizada diante da atual situação do país. Ele ressaltou, no entanto, que a reforma deve acontecer com cuidado, para que os trabalhadores não percam seus direitos. “Se for para fazer leilão de escravos, não conte comigo”, declarou.

Para Wagner, a reforma trabalhista não deverá ser caracterizada “nem pela intocabilidade da CLT e nem pela revogação da Lei Áurea”. A discussão sobre essa reforma será discutida durante o Fórum Nacional do Trabalhador, que acontece ainda neste mês.

Jaques Wagner explicou que a modelagem do fórum será diferente da adotada no Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, que debateu as alterações que deveriam ser feitas nos sistemas da Previdência e tributário. Ele ressaltou que, no Conselho, os participantes foram convidados para a discussão, enquanto que, no fórum, os membros serão representantes das entidades de classe.

Ele ainda disse que o objetivo do fórum é chegar a uma legislação que atenda aos anseios dos trabalhadores e dos empresários. Nesta tarde, ele reúne-se com dirigentes da Febraban na sede da entidade, em São Paulo, também com a finalidade de discutir a reforma trabalhista.

Outras reformas — O ministro ainda comentou a necessidade de serem realizadas as reformas tributária e da Previdência. Segundo ele, o governo não gostaria de fazê-las, mas precisa.

O presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, disse que a entidade apóia as reformas e garantiu irá defendê-las. Ele considera que o governo adotou o procedimento correto ao priorizar o encaminhamento das reformas tributária e previdenciária ao Congresso Nacional.

“O problema do Brasil é a situação atual Previdência. É inadmissível que uma pessoa receba R$ 50 mil de aposentadoria enquanto a grande maioria receba um salário mínimo de R$ 240, que não compra duas caixas de remédios”, afirmou.




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