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A própria Shell formalizou autodenúncia no Ministério Público, em 1994, e informou a contaminação ambiental. Mas até hoje faltam dados precisos sobre a situação do solo e da água em torno da área da fábrica, além do eventual impacto das substâncias químicas nos moradores. Todos – moradores e ex-moradores – foram submetidos a exames de sangue, realizados nos Estados Unidos. Em alguns casos foi detectada a presença de heptacolor, substância utilizada na produção de defensivos, mas que a Shell nega ter manipulado no local.
Em 1998, a ONG (organização não governamental) Greenpeace denunciou que a Solvay Indupa do Brasil, em Santo André, estaria poluindo o Rio Grande, um dos afluentes da represa Billings, com mercúrio e dioxina (substância cancerígena). A origem da contaminação seria a cal que a empresa mantinha estocada nas proximidades do leito do rio. Em 1999, a Solvay, o Greenpeace e a Cetesb (Companhia Estadual de Tecnologia de Saneamento Ambiental) assinaram um termo de compromisso para investigar em conjunto as denúncias e apontar soluções.
O problema não é novo. No início da década de 90, pelo menos dois casos de contaminação do solo foram detectados no Grande ABC, ambos nas antigas instalações das Indústrias Matarazzo, em São Caetano.
Em 1992, ecologistas descobriram dois sacos de 50 kg do agrotóxico BHC (hexacloro benzeno) rasgados e espalhados no local em que funcionava o laboratório da Matarazzo. Em 1996, técnicos da Cetesb descobriram grande quantidade de mercúrio, inicialmente calculada em 100 toneladas. A área foi isolada mas, posteriormente, a Cetesb divulgou laudo que atestava que o nível de mercúrio no ar não oferecia riscos.
Césio – O caso mais famoso de contaminação no Brasil ocorreu em 1986, em Goiânia (GO), quando um catador de sucatas desmontou um equipamento hospitalar que continha Césio 137, material radiotivo, em um ferro-velho. Oficialmente, quatro pessoas morreram e outras 244 que tiveram contato com o produto ficaram com seqüelas.
Em 1997, três médicos e um físico hospitalar foram responsabilizados pelo acidente e receberam penas de até seis anos de prisão. Em 2000, a CNEN (Comissão Nacional de Energia Nuclear) e o Instituto de Previdência dos Servidores de Goiás foram condenados a pagar R$ 1,3 milhão ao Fundo de Defesa dos Direitos Humanos.
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