A venda de álcool nos postos de combustível do Grande ABC cresceu cerca de 5% neste início de ano, na comparação com igual período de 2003, segundo dados do regran (Sindicato dos Revendedores de Combustíveis do Grande ABC). O crescimento reflete a grande aceitação do carro bicombustível (álcool e gasolina) pelos consumidores e também a queda dos preços do álcool na bomba. Segundo o sindicato, o preço desse combustível variava em 2003 entre R$ 0,90 e R$ 1; nos últimos 60 dias baixou, passando a oscilar entre R$ 0,70 e R$ 0,80.

O carro bicombustível chegou ao mercado em março de 2003, por meio do VW Gol 1.6 Total Flex. A Volkswagen depois estendeu a novidade para Parati, Saveiro e Fox, e projetou ter, dentro de dois a três anos, sua produção dominada pelo chamado flex fuel, que deve substituir a fabricação de carros apenas a álcool ou só a gasolina.

A General Motors levou a tecnologia ao Corsa, Corsa Sedan, Meriva e à Montana Flexpower; a Fiat lançou o Novo Palio 1.3 Flex Fuel; e a Ford deverá lançar um bicombustível este ano.

A receptividade a esses modelos pelos consumidores pode ser vista pelos números da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores). As vendas de carros zero a álcool (incluindo os flex fuel) no atacado (das fábricas para a rede de revendas) cresceram no país 388% em fevereiro ante mesmo mês de 2003, ao passar de 3.770 unidades para 18.431 comercializados. A participação dos modelos a álcool no total de carros vendidos subiu para 16%, dos quais 13 pontos porcentuais referem-se a bicombustíveis, de acordo com os registros da Anfavea.

Em relação ao preço do álcool na bomba de combustível, o presidente do Regran, Marcos Campagnaro, afirmou que as distribuidoras baixaram os preços e isso foi repassado pelos postos aos clientes. “Os usineiros estão com estoque alto do álcool e, para desovar o produto, baixaram o preço”, disse.

Com o preço menor, a procura aumentou. “Quem comprava dez litros passou a comprar 20. Para quem tem carro bicombustível, se o álcool estiver valendo até 70% do preço da gasolina, é interessante abastecê-lo com álcool”, afirmou.

Seminovos – Revendedores de carros usados observam uma procura aquecida pelo carro bicombustível. Como a tecnologia ainda é muito recente no mercado, há poucos seminovos disponíveis para venda, segundo os lojistas. “A cada dia, uma montadora lança um modelo novo, e é uma alternativa. O que aparece está saindo (é comercializado rapidamente)”, disse Carlos Eduardo de Morais Barros, gerente de marketing do Global Autoshopping, centro de compras especializado em veículos seminovos localizado em Santo André.