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Fabricantes de tinta do ABC multiplicam as exportações
Leone Farias
Do Diário do Grande ABC
03/02/2005 | 15:24
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Fabricantes de tintas instalados no Grande ABC tiveram crescimento de até 100% em exportações em 2004 na comparação com o ano anterior. A evolução das vendas para o exterior contribuiu para impulsionar os resultados das companhias e em alguns casos impediu retração no faturamento total, por conta de desempenho fraco no mercado interno.

Dentro do setor químico, as indústrias brasileiras do ramo de tintas, vernizes, esmaltes e produtos afins foram as que tiveram maior incremento em exportações, ao somarem US$ 116,097 milhões, alta de 38,4% em relação ao montante de 2003. Os números constam de levantamento da Abiquim (Associação Brasileira da Indústria Química).

Uma das líderes no segmento de tintas imobiliárias – para colorir o interior e exterior de casas –, a Tintas Coral, de Mauá, teve aumento de 30% nas exportações. A empresa, que cresceu 10% no faturamento total no ano passado e detém 20% de fatia do mercado brasileiro do ramo, ainda tem pequeno volume destinado ao mercado internacional. As vendas ao exterior correspondem a apenas 5% da receita líquida da empresa.

No entanto, segundo o gerente de exportação, Gustavo Cerchi, as perspectivas são continuar crescendo, embora mais lentamente, por conta, entre outros fatores, de esforços para atingir novos mercados. Com atendimento a cerca de 20 países – com destaque para os mercados sul-americano (principalmente Bolívia) e africanos (Gana) –, a companhia finaliza negociações com fornecedores para chegar a mais países da América do Sul. “Crescemos muito no ano passado. Estamos trabalhando para crescer 8% em volume e faturamento em exportações neste ano”, diz o gerente.

Número um do setor de tintas imobiliárias no país, a Basf, que possui 35% de percentual do volume e 40% do total de R$ 2 bilhões do faturamento do mercado brasileiro, teve expansão de 100% em exportações em 2004, ao totalizar US$ 12 milhões vendidos ao exterior. A companhia, que tem complexo fabril em São Bernardo, planeja ampliar mais a produção de tintas da marca Suvinil e transformar o país na principal base de exportações da empresa. Atualmente, 90% da produção de tintas imobiliárias da empresa em todo o mundo já saem das fábricas de São Bernardo e de Jaboatão dos Guararapes (PE).

Outra fabricante, a empresa de médio porte Milflex, localizada em São Bernardo, também teve alta significativa, de mais de 50%, em negócios no mercado internacional no ano passado. O desempenho lá fora ainda representa parcela pequena (10%) da receita total, mas ajudou a compensar a performance fraca no país. A companhia, que é do ramo de repintura automotiva, teve resultados totais estáveis em 2004 na comparação com um ano antes.

O diretor da Milflex, Carlos Augusto Bueno, afirma que o setor de repintura é bastante afetado pelo cenário econômico. “Quando há crise, a pessoa não conserta o automóvel, adia ao máximo”, diz. Dessa forma, a diversificação de mercados ajuda a contrabalançar as oscilações da demanda no país. A empresa, com 35 anos de existência, tem vendas para países como Uruguai, Colômbia, Paraguai e Bolívia e tem a expectativa de crescer mais no exterior. Bueno afirma que tem recebido consultas para atender países da África e Europa.



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