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ABC tem mais clientes e menos consumo industrial de energia
Roney Domingos
Do Diário do Grande ABC
15/12/2001 | 17:55
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O Grande ABC registrou crescimento no número de estabelecimentos industriais entre 1980 e 1997. De acordo com dados da Companhia Energética do Estado de São Paulo (CESP) analisados pela Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Fundação Seade), o número de instalações que indicam a presença de fábricas na região subiu de 4.426 em 1980 para 6.692 em 1989. Em 1994, o número caiu novamente para 5.985 unidades, mas chegou a 1997 a 6.327. Neste ano, a Eletropaulo tem 6.670 mil clientes industriais no Grande ABC, 18 deles de grande porte, com consumo acima de 18 mW, de acordo com José de Almeida Gomes, integrante do grupo de estudos de mercado da distribuidora.

Ele afirmou também que o consumo industrial de energia elétrica subiu 3% em junho deste ano (antes do racionamento) em comparação com junho do ano passado. Entre 1980 e 1997, entretanto, o consumo de energia elétrica por unidade revelou uma queda de 21%, de 1.049,82 mW/unidade para 826,96 mW/unidade.

Causas – A queda pode ser explicada por vários fatores, entre eles a redução do ritmo de atividade da indústria (diante de retração nas vendas, por exemplo); o aumento da eficiência energética (com a compra de novos equipamentos e adoção de novos processos, mais econômicos); a entrada em cena de outras fontes de energia, como o gás natural; e também pelo fechamento de unidades industriais.

Para o engenheiro elétrico Eduardo de Moraes Rodrigues, a tese que ganha mais força é a da eficiência energética. Ele é gerente de planejamento da Solvay Indupa, fabricante de cloro-soda que consome entre 70 mW e 80 mW, o suficiente para abastecer 70% do Pólo de Capuava ou quase todas as residências de Santo André. Coordenador do grupo de sinergia do setor, ele contou que grandes empresas investiram em novos equipamentos e reduziram o consumo de energia em 30% para escapar das altas tarifas praticadas pelas distribuidoras.

O engenheiro afirmou que o número médio de consumo por unidade industrial poderia ser puxado também pelo aquecimento da economia, expresso na elevação do Produto Interno Bruto (PIB). "Não houve grande expansão industrial, e o aumento de produção industrial nestes anos não teve impacto no consumo de energia porque as empresas reduziram gastos. Com a mesma energia, fazem muito mais."

A pesquisa também revela que a região atrai a cada ano mais empresas de comércio e serviços. O número de instalações elétricas em empresas destes setores passou de 24.580 unidades em 1980 para 55.305 em 1997 ou 44% mais, sem quedas no percurso. Neste ano, o número subiu para 67,3 mil unidades.




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