O corpo do assaltante Sandro do Nascimento, seqüestrador do ônibus 174, será enterrado sexta-feira, no Cemitério Sao Francisco Xavier, no Caju. O sepultamento foi providenciado pelo Centro Brasileiro de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente (CBDDCA), que interferiu no caso, evitando que Sandro fosse enterrado como indigente. Apesar disso, na certidao de óbito constará na identificaçao um "homem ignorado", já que nenhum parente o identificou oficialmente.

Nesta quinta, foram liberados da prisao administrativa os cinco policiais do Batalhao de Operaçoes Especiais (Bope), acusados da morte de Sandro.

Os soldados Luis Antônio de Lima Silva, Márcio Araújo David, Paulo Roberto Alves Monteiro, Flávio Doval Dias e o capitao Ricardo de Souza Soares permanecerao em serviços internos no batalhao, até a conclusao do caso na Justiça.

O comandante do Bope, tenente-coronel Venâncio Alves de Moura, decidiu nao colocá-los em serviços externos, conforme já havia anunciado o comandante da Polícia Militar, coronel Wilton Ribeiro.

A licença médica do soldado Marcelo dos Santos termina esta quinta e ele deve prestar depoimento na segunda-feira, na 15ª DP (Gávea). Ele é acusado de ter provocado a reaçao de Sandro que culminou com a morte da professora Geisa Firmo Gonçalves.

A Justiça deu permissao para o enterro de Sandro um mês depois de sua morte, ocorrida no camburao do Bope. Segundo laudo médico, ele foi morto por asfixia. A dificuldade de liberaçao do corpo decorreu da falta de um parente que o identificasse oficialmente.

A Santa Casa de Misericórdia arcou com os custos do enterro. Responsável pela intervençao para o sepultamento, a presidente do CBDDCA, a advogada Cristina Leonardo se disse indignada com a desorganizaçao dos órgaos públicos. "É impressionante que casos como este ainda aconteçam no Brasil. Esse rapaz já passou por instituiçoes para menores e provavelmente pela polícia, mas nenhum desses órgaos possui um cadastro".