A falta de planejamento no orçamento familiar têm se refletido no aumento da inadimplência entre os consumidores. Em fevereiro foi devolvido 1,83% de cheques por insuficiência de fundos, em todo o País, conforme revela o indicador Serasa Experian, o que resulta em expansão de 0,13 ponto percentual em relação ao mês anterior (janeiro), que registrou 1,70%.

A explicação, na visão dos economistas da Serasa, é que a inadimplência voltou a subir no mês do Carnaval por conta do maior comprometimento de renda do consumidor com dívidas.

Neste período, as compras parceladas no Natal, os gastos nas férias e as despesas típicas de início de ano - IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano), IPVA (Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores) e despesas escolares - pressionam o orçamento familiar e abrem espaço para os cheques sem fundos.

A perspectiva é de que as folhas sem dinheiro para compensação aumentem nos meses de março e maio, quando historicamente ocorrem picos sazonais. Para o segundo semestre, o indicador estará sujeito à intensidade do aperto monetário, juntamente com a evolução do endividamento do consumidor.

O economista Sandro Maskio, professor da Universidade Metodista de São Paulo e da USCS (Universidade Municipal de São Caetano) afirma que esse aumento no número de pessoas que não conseguem honrar suas dívidas é sazonal, esperado para esta época do ano.

"Todo primeiro semestre é assim, há pressão maior nos orçamentos familiares. As pessoas tentam colocar em dia contas feitas no fim do ano passado, não conseguem, e acabam por deixar algumas dívidas pendentes", exemplifica.

Em alguns casos, a saída para as famílias que já estejam com débitos acumulados é contratar um empréstimo pessoal. "Vale lembrar que é preciso verificar taxas de juros. O empréstimo, por exemplo, é uma opção melhor do que pagar juros de cheque especial ou de cartão de crédito".

REGIÕES - No primeiro bimestre deste ano, Roraima foi o Estado com o maior percentual de cheques devolvidos (10,06%). São Paulo, por sua vez, foi a região com menor percentual (1,37%).

Entre as regiões, a Norte foi a com maior percentual de devolução de cheques no segundo mês do ano, com 3,79%. Na outra ponta do ranking está a Sudeste, com 1,46%.