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Motorista embriagado deve perder a carteira
Sérgio Vinícius
Do Diário do Grande ABC
28/08/2001 | 19:00
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O elevado número de acidentes de trânsito provocados por motoristas embriagados, bem como de atropelamentos, foi o tema do Fórum Volvo de Segurança no Trânsito, realizado em São Paulo, na semana passada. No evento, a segurança no trânsito foi debatida sob um prisma diferenciado – o homem e sua relação com os acidentes com automóveis.

Autoridades de trânsito, sociólogos, médicos e advogados discorreram sobre os temas Atropelamentos: como enfrentar a convivência desigual veículos/pedestres? e Beber e dirigir: o que fazer com o motorista embriagado?

No que se refere à embriaguez, assim como aos atropelamentos (veja reportagem ao lado), o debate teve como ponto de partida os números de uma pesquisa encomendada pela Volvo. Segundo o estudo, realizado com 600 pessoas de nove capitais brasileiras, incluindo São Paulo e Rio, o que mais assusta as pessoas no trânsito é o motorista embriagado, seguido pelo indivíduo que dirige em alta velocidade.

Ainda de acordo com os números do estudo, 54% dos entrevistados acreditam que qualquer motorista que for pego dirigindo alcoolizado, independentemente de ter causado acidentes, deve perder a carteira, ao passo que 22% dos questionados acreditam que apenas a aplicação de multa pode resolver o problema. Já cerca de 17% dos pesquisados revelam que, nessas situações, o motorista deve ser submetido a uma pena de detenção.

Segundo Antonio Neri Filho, coordenador do Centro de Estudo e Terapia do Abuso de Drogas, o elevado número de motoristas que dirigem embriagados no Brasil é resultado do caráter permissivo que envolve a sociedade brasileira. Além disso, a crença comum de que “isso nunca acontecerá comigo”, muito presente na sociedade, também contribui para o aumentos nas estatísticas dos acidentes.

“Motoristas alcoolizados sempre acreditam que sairão ilesos de seus atos. Apenas essa crença já é suficiente para explicar o problema”, afirma Júlia Greve, médica do Instituto de Ortopedia e Traumatologia do Hospital das Clínicas de São Paulo.

Apesar da abordagem diferenciada, o debate não conseguiu fugir das velhas soluções para minimizar os acidentes de trânsito no Brasil. Fiscalização severa, campanhas de conscientização, repreensão em forma de multas e cassação da carteira, entre outras sugestões, foram unânimes.

Além disso, os debatedores também creditaram parte da responsabilidade sobre os acidentes de trânsito provocados por embriaguez à indústria da bebida.




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