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Quase 80 trabalhadores escravos são libertados na última semana
Da Agência Brasil
06/08/2006 | 17:01
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Setenta e oito trabalhadores em condições análogas à de escravo foram libertados na última semana pelas equipes de fiscalização do Ministério do Trabalho em Minas Gerais, Pará e Tocantins. Minas foi o Estado que mais empregou mão de obra escrava: 39 pessoas.

No município de Luz, no centro-oeste de Minas, 24 trabalhadores foram libertados. Vieram do Ceará trabalhar na colheita do café, mas não recebiam salário há três meses. Viviam em alojamentos precários, a água era imprópria para consumo e a alimentação insuficiente. Eram obrigados também a comprar os equipamentos de segurança do trabalho.

O proprietário da fazenda Luís Antônio Fernandes terá que pagar R$ 30 mil em indenizações trabalhistas. Os trabalhadores foram levados de volta ao Ceará. Eles receberão, por três meses, o seguro-desemprego no valor de R$ 350 e serão incluídos no programa da Bolsa Família.

Também em Minas, outros 15 trabalhadores em situação análoga à escravidão foram libertados no município de Córrego Danta. Eles trabalhavam na Fazenda Planalto colhendo café e no Condomínio Casa Branca cortando madeira. Estavam sem carteira assinada, com o salário atrasado e dormindo num espaço de 1,6 m² em alojamentos improvisados. Há relatos de um trabalhador que diz ter sido obrigado a dormir em um banheiro construído no meio do mato, já que não havia espaço no alojamento. Entre os agricultores, foi encontrada uma mulher que dormia no mesmo espaço com mais 11 homens.

No Pará, 12 trabalhadores foram encontrados alojados em barracas de lona sem proteção lateral e dormindo em redes. A comida era pouca, a água imprópria para consumo e não havia saneamento. Eles trabalhavam no desmatamento da fazenda Ouro Preto para o plantio de grãos. Não havia equipamentos individuais de proteção e as carteiras de trabalham não estavam assinadas. Os salários eram retidos pelo proprietário da fazenda, que deverá pagar R$ 14. 721 em indenizações. Os trabalhadores também receberão o seguro-desemprego e serão incluídos no programa Bolsa-Família.

A fazenda Areia, em Tocantins, mantinha 27 trabalhadores. O crime é reincidente no local. Os trabalhadores não recebiam salário há seis meses e as carteiras não estavam assinadas.  Os alojamentos eram improvisados, não havia instalação para higiene e a fonte de água era distante. O proprietário terá que pagar R$ 100 mil em indenizações e reparação de danos morais individuais.



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