Economia Titulo
Consumo nos EUA volta a crescer em novembro
Da AFP
13/12/2006 | 16:30
Compartilhar notícia


O consumo voltou a crescer em novembro nos Estados Unidos, um sinal animador para o crescimento da economia com a proximidade das festas de fim de ano, mas que afasta, segundo economistas, a expectativa de uma queda rápida das taxas de juros.

As vendas do varejo aumentaram 1% em relação a outubro, a maior alta desde julho, e 1,1% fora o setor automobilístico, anunciou nesta quarta-feira o departamento do Comércio.

É uma boa surpresa para os analistas que esperavam um aumento de 0,2% somente do índice geral e de 0,3% fora o setor automobilístico. Além disso, os dados de outubro foram revisados revelando uma queda menos acentuada do que a anunciada anteriormente. "Não podemos jamais ignorar o consumidor americano", destaca Robert Brusca da FAO Economics.

As altas das receitas foram registradas em quase todos os setores em novembro: alta de 0,9% para o automóvel, alta de 4,6% para as lojas de eletrônicos e eletrodomésticos, alta de 1,8% para os de consertos e jardinagem.

Somente o setor de móveis registrou leve queda (de 0,1%). "O consumo é sustentado pelos salários e pela queda dos preços de energia", explica Stephen Gallagher do Société Générale.

Estes dados eram muito esperados com a proximidade das festas de fim de ano, que garantem em geral boa parte da receita anual dos comerciantes.

Num contexto de desaquecimento do setor imobiliário e da poupança negativa, os economistas temem que os americanos percam a confiança e que tenham muito mais dificuldades em obter empréstimos. Se os americanos reduzirem seu consumo, será um mau sinal para o crescimento porque suas despesas representam dois terços do PIB americano.

Mas os últimos dados "diminuem muito os riscos de uma aterrissagem brutal da economia", disse John Lonski da Moody's Investors Service.

Isto valida o cenário do Federal Reserve (Fed), que manteve suas taxas inalteradas terça-feira, a 5,25%, e indicou que o crescimento continuaria a um ritmo moderado apesar de momentos conturbados.

Lonski destaca que o setor imobiliário também começa a dar sinais de estabilidade. Os pedidos de empréstimos hipotecários atingiram seu nível mais elevado desde outubro de 2005 na semana encerrada de 8 de dezembro, segundo dados publicados nesta quarta-feira.

"Isto sugere que as vendas de casas podem atingir um piso muito em breve, no primeiro trimestre de 2007", segundo ele.

E para o Fed, a conclusão é clara: "a economia americana desacelerou, mas o desaquecimento das despesas não foi tão crítico para colocar em perigo a retomada econômica, e com isto o Fed talvez não precisará reduzir suas taxas de juros", acrescentou.




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;