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Bin Laden e mulá Omar estão vivos, diz ex-diplomata
Da AFP
27/09/2002 | 14:18
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Osama Bin Laden e o mulá Mohammad Omar, líder espiritual dos talibãs, estão vivos e no Afeganistão, declarou nesta sexta-feira em Peshawar um ex-diplomata do regime fundamentalista talibã.

Durante uma entrevista coletiva clandestina, da qual participaram seis jornalistas, o homem, vestido de azul e usando o tradicional turbante preto e branco dos milicianos islâmicos que ocuparam o poder em Kabul de 1996 a 2001, disse chamar-se Naseer Ahmed Roohi. O homem declarou que era primeiro-secretário da embaixada dos talibãs nos Emirados Árabes Unidos.

O homem não permitiu fotos, e proibiu os jornalistas de identificar o local onde ocorreu o coletiva.

"O mulá Omar está vivo. Eu o vi há 15 dias no Afeganistão", declarou, garantindo que o líder espiritual está em contato com Osama Bin Laden "que não está nem morto nem vive no Paquistão. Ele está no interior do Afeganistão. Nunca cruzou a fronteira".

O misterioso afegão reivindicou vários atentados cometidos nos últimos meses no Afeganistão e garantiu pertencer ao Jamiat ul Shabab ul Muslimeen (partido dos jovens mujahedines), partidários do mulá Omar, uma organização desconhecida até agora.

Ele disse que o grupo e adeptos do ex-premiê afegão Gulbuddin Hekmatyar e sua organização Hezb-i-Islami são responsáveis pelos ataques contra a coalizão liderada pelos Estados Unidos no interior do Afeganistão.

"Continuaremos com esses ataques, que se multiplicarão nos próximos dias", disse, sem dar mais detalhes.

O talibã também declarou que a tentativa de assassinato do presidente afegão Hamid Karzai em 5 de setembro foi realizada pelo mulá Abdul Rehman, que, segundo ele, é irmão de um importante dirigente talibã, o mulá Khalil, atualmente preso na base americana de Guantánamo, em Cuba.

Além disso, declarou que todos os afegãos estavam contra o governo de Hamid Karzai, cuja eleição como presidente da Loya Jirga foi conseguida "graças a um punhado de dólares".

O responsável anunciou que os ataques da guerrilha afegã iria se multiplicar nos próximos dias.

"Os americanos nos chamam de 'terroristas' e nós estamos orgulhosos disso". O talibã garantiu que seu grupo, composto por 5 mil homens, goza do apoio de várias outras associações muçulmanas da Ásia Central e tem armas suficientes.




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