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Mauá Plaza estimula lojas de rua
Hugo Cilo
Do Diário do Grande ABC
20/02/2005 | 17:39
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O comércio de rua do Centro de Mauá começa a apresentar os primeiros sinais da influência do crescimento do único shopping da cidade, inaugurado há dois anos. O aumento crescente nas vendas do Mauá Plaza, além da expansão recorde no nível de ocupação, induz tradicionais lojistas da cidade, principalmente os que estão nas ruas do entorno, a investir em reformas para fazer frente à concorrência. Os pequenos comerciantes se armam com promoções e investem no visual das vitrines ( veja texto ao lado). Os maiores engordam os estoques, parcelam o pagamento, cobrem descontos, mudam a fachada e deixam o calçadão com máscara de shopping.

Quem entra na Chick’s Center, por exemplo, megaloja de confecções ao lado do Mauá Plaza, não diz que está num comércio de rua. O estereótipo de estabelecimento apertado e escuro, entre prateleiras abarrotadas de roupas, passou a ser lembrança em quadros de parede. A velha estrutura deu lugar a um ambiente moderno de 2,6 mil metros quadrados, que surgiu praticamente junto com a abertura do shopping.

Segundo o gerente Vanilson Araújo, a loja que hoje emprega 50 funcionários diretos teve de se adaptar às alterações da região central. “É uma questão de sobrevivência e de conquista de mercado. Intensificamos nossas ações publicitárias e ampliamos o estoque. Apesar da forte concorrência, acredito que 2005 será um ano muito bom”, diz.

A exemplo da Chick’s Center, a Torra Torra mudou de visual – em outubro do ano passado – e já começa a colher o resultado. A direção da loja afirma que o movimento médio cresceu em 15% após o investimento de R$ 300 mil na fachada.

Para o presidente da Aciam, Sidney Garcia, a corrida dos comerciantes de rua em busca da conquista de consumidores nas cercanias do Mauá Plaza faz parte de um processo natural de mutação do Centro. “É um impacto positivo e que dará um novo visual a toda aquela região. A concorrência saudável é sempre positiva à população e resulta em benefícios ao comércio da cidade.”

Evolução – Para o empresário Elias Naad, proprietário de loja de calçados que leva o nome dele a 100 metros do Mauá Plaza, o futuro não muito distante do Centro de Mauá será como hoje é o calçadão da rua Coronel Oliveira Lima, em Santo André. “Cobrir o calçadão é uma idéia que poderia ser copiada. Se deu certo lá, com certeza dará resultados aqui”, sugere Naad.

O comerciante, no entanto, enxerga no crescimento do Mauá Plaza uma oportunidade de mudança e não acredita em concorrência direta. “O shopping tem os clientes deles, e nós os nossos. Fico mais preocupado com algumas decisões malucas de lojas vizinhas que da concorrência dos comerciantes de lá de dentro (do shopping)”, acrescenta Naad.

Essa é a mesma opinião de Leandro Tamai, gerente da Ótica Rubi. Segundo ele, será necessário que os comerciantes da região continuem a se mobilizar para evitar queda no movimento. “Ao notar uma queda na visitação de nossos tradicionais clientes, de cerca de 30%, fizemos, há três meses, uma reforma que custou R$ 60 mil. Apostamos que vai dar certo.”



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