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Apoiado pela oposição, Garibaldi fica perto da presidência do Senado
Do Diário OnLine
11/12/2007 | 18:10
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Está cada vez mais tranqüilo o caminho de Garibaldi Alves (PMDB-RN) rumo à presidência do Senado. Nesta terça-feira, após ser escolhido como o candidato do PMDB para disputar o cargo, ele já recebeu apoio dos dois partidos de oposição ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PSDB e DEM), que teoricamente poderiam ser seus maiores adversários.

Após fazer uma carta com algumas exigências – como colocar em pauta os vetos presidenciais, revisar os contratos e realizar uma reforma institucional na Casa – o PSDB anunciou que a bancada da legenda votará no peemedebista para substituir Renan Calheiros (PMDB-AL), que deixou o cargo na semana passada justamente para escapar do foco da crise política no Congresso Nacional.

De acordo com o líder tucano no Senado, Arthur Virgílio (AM), o apoio a Garibaldi só será retirado caso ele não aceite cumprir as exigências estabelecidas na carta.

Já o líder do DEM no Senado, José Agripino Maia (RN), destacou que Garibaldi tem bom trânsito em todo o Senado. Por isso, eles acredita que democratas e tucanos não devem lançar um candidato próprio, idéia que havia sido cogitada anteriormente.

“Vou trabalhar pelo consenso em torno do nome. Essa é a minha opinião, mas vou conversar com a bancada e conversar com o PSDB”, assinalou.

O ex-presidente do PSDB, senador Tarso Jereissati (CE), disse que não vê problemas na escolha de Garibaldi. O atual presidente do partido, senador Sérgio Guerra (PE), concorda com os colegas. Para ele, a proporcionalidade deve ser respeitada na Casa. “O PMDB é o maior partido e tem o direito de escolher o presidente do Senado”.

Com isso, dificilmente Garibaldi não será escolhido o novo presidente do Senado nesta quarta-feira. Ele deve comandar a Casa até o início de 2009.

Biografia - Bacharel em Direito e jornalista, Garibaldi Alves Filho, de 60 anos, está em seu segundo mandato como senador. Foi também deputado estadual por quatro vezes, governador de seu Estado e prefeito de Natal.

No Senado, foi relator da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) dos Bingos, que investigou relações financeiras entre a máfia dos jogos e empresários, políticos e pessoas ligadas à Presidência da República, entre elas o ex-ministro da Fazenda Antônio Palocci.

Garibaldi não acredita, porém, que o fato de ter participado da CPI tenha gerado "desconfianças" do Palácio do Planalto sobre sua pessoa. "Um governo não pode ser movido por ressentimentos pequenos. Nunca acreditei que o que aconteceu na CPI dos Bingos pudesse servir para que o Palácio do Planalto viesse a exercer qualquer ação política", comentou.

Missão – Após ter sido oficialmente indicado como candidato do PMDB, Garibaldi disse que sua missão, se eleito, será recuperar a imagem do Senado. "Não se deveria ter permitido que o Senado chegasse a um ponto de descrédito como esse", lamentou o senador.

O parlamentar também declarou que não pretende fazer oposição e nem ficar atrelado ao governo caso chegue ao posto de presidente da Casa. "Vou preservar a independência do Legislativo em relação aos outros Poderes da República. Em relação ao Poder Legislativo, vou tentar recuperar sua credibilidade perante a Nação brasileira", destacou.



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