Essa direçao foi aprovada no Comitê de Desenvolvimento, que orienta as políticas do Banco Mundial, completando os debates que antecedem à assembléia anual conjunta do BM e do Fundo Monetário Internacional, que começará nesta terça-feira na capital tcheca.

Segundo os ministros que fazem parte do Comitê, o BM deve suprir, mas nao substituir o financiamento privado nos países de rendimento médio, embora tenham reafirmado que a instituiçao deva continuar ajudando a reduzir os níveis de pobreza nessas naçoes, onde vivem a metade dos 2,8 bilhoes de pobres do mundo.

O banco deve, portanto, concentrar-se em fomentar o crescimento econômico por meio do setor privado nesses países, destacou um comunicado do comitê.

Ao mesmo tempo, no entanto, os ministros pediram ao BM que reveja suas políticas em matéria de interesses, comissoes e outros custos indiretos de seus créditos, que consideraram muito altos.

O ministro da Fazenda do Brasil, Paulo Malán, lembrou na ocasiao que os empréstimos do BM caíram de US$ 29 bilhoes em 1999 para 15,3 bilhoes no ano fiscal de 2000 que terminou em junho.

Essa queda na demanda de créditos, quando os `spreads' ou taxas de risco do mercado sao muito mais altas que as do BM, "sugere que os custos indiretos sobre os negócios com o banco sao substanciais, e é por isso que os países buscam mais o financiamento privado", disse Malán.

Os ministros apoiram o compromisso do BM e do FMI de ampliar, aprofundar e acelerar o plano de alívio das dívidas dos países pobres muito endividados (PPME), e fizeram um apelo aos países industrializados doadores para que tornem efetivas suas promessas de contribuir para o financiamento da iniciativa.