Levantamento feito pela CNI (Confederação Nacional da Indústria) a partir de dados da Funcex avaliou o volume de contratos de importação e exportação brasileiros. Desde 2007 a queda dos embarques de produtos manufaturados tem se consolidado. Na direção oposta, o que se vê é o aumento dos básicos. No ano passado, os manufaturados perderam 5,5 pontos percentuais de participação nas exportações brasileiras. De janeiro e julho deste ano, a tendência se manteve, informa o estudo da CNI.

Segundo a CNI, a redução do peso dos manufaturados nas exportações brasileiras ocorreu porque essa categoria sentiu mais os efeitos da crise econômica global. As encomendas foram afetadas porque houve grande retração na oferta de crédito aos importadores e a contração da atividade nos destinos mais relevantes das exportações do País. Entre os mercados mais afetados estão a América do Sul, Estados Unidos e Europa.

De acordo com o estudo, entre setembro de 2008 e abril de 2009, os preços dos manufaturados de exportação caíram, mas o impacto maior da crise mundial foi sobre as quantidades exportadas, que diminuíram quase 40%. Os produtos básicos começaram a se recuperar a partir de março, amenizando a retração dos meses anteriores. A principal alavanca desse crescimento foi a China e a retomada dos pedidos de commodities brasileiras.

Economista da CNI, Marcelo Azevedo tem dúvidas se a China manterá o ritmo de encomendas, já que no início do segundo semestre houve pequena retração. "É puro chute dizer quando as exportações de manufaturados voltarão a ganhar força", avalia.