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Menem é interrogado por contatos com traficante sírio
Da Agência EFE
26/08/2002 | 17:33
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O ex-presidente argentino Carlos Menem respondeu nesta segunda-feira a um interrogatório promovido pelo juiz que investiga a entrega irregular de documentos de identidade argentinos ao traficante de armas sírio Monzer Al Kassar. O ex-chefe de Estado (1989-1999) foi interrogado em La Rioja, sua província natal, a 1.168 quilômetros de Buenos Aires, pelo juiz federal Franklin Herrera Paez, a pedido do magistrado portenho Jorge Ballesteros, que conduz o caso.

O traficante sírio está sendo processado com prisão preventiva por falsificação de instrumento público, mas não foi detido porque essa sentença judicial não foi confirmada. "Vim com toda tranqüilidade porque isto é uma declaração testemunhal", declarou Menem aos jornalistas, sem dar mais detalhes sobre as respostas que deu durante o interrogatório judicial.

Al Kassar disse que obteve a cidadania e os documentos de identidade argentinos de forma "rápida" em 1991, graças a sua relação pessoal com Menem, que, na época, era presidente.

Herrera Paez disse aos jornalistas que Menem respondeu a cerca de 40 perguntas incluídas no precatório do juiz Ballesteros para interrogar o ex-presidente. Depois da declaração de Menem, as atuações passarão a um plenário de juízes para que decidam se vão confirmar ou anular o auto de processo e a detenção ditada contra o traficante de armas sírio.

Na semana passada, foi interrogada Amira Yoma, ex-cunhada de Menem, que disse que acompanhou Al Kassar em suas tramitações de cidadania e de documentos de identidade argentinos "a título pessoal". Quando o traficante sírio fez essas tramitações, Amira Yoma era a secretária particular do então presidente Menem.

Fontes judiciais disseram que o interrogatório de Menem não teve nada a ver com a investigação do contrabando de armas argentinas para a Croácia e o Equador, cometido entre 1991 e 1995.

Carlos Menem, 72 anos, que aspira ser candidato nas eleições presidenciais de março, ficou preso por mais de seis meses no ano passado, acusado de liderar uma "quadrilha" para o contrabando de armas.

O ex-presidente recuperou a liberdade porque a Corte Suprema de Justiça desprezou essas acusações. Na quarta-feira deverá, no entanto, voltar a se apresentar ao juiz Julio Speroni.




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