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Combate à exploração infantil busca integração
Camila Brunelli
Do Diário do Grande ABC
31/03/2011 | 07:56
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O combate à violência e exploração sexual de crianças e adolescentes, facilitada pela internet, ainda enfrenta alguns desafios. Um dos maiores é a falta de um banco de dados nacional sobre esses crimes e de integração entre as agências de aplicação da lei. A opinião é do delegado da Polícia Federal e chefe do Gecop (Grupo Especial de Combate aos Crimes de Ódio e de Pornografia Infantil na Internet), Stenio Santos.

O chefe do Gecop contabilizou 1.118 inquéritos relativos a crimes de exploração sexual contra crianças e adolescentes de 1998 a 2008. De janeiro de 2009 para novembro de 2010, esse número pulou para 1.318 inquéritos. "Isso se deve ao barateamento das tecnologias e à maior rigidez na legislação."

Para solucionar o problema do banco de dados, uma parceria relativamente nova busca apoio federal para construção de um local que possa concentrar informações sobre os casos de todo o País, assim como policiais treinados e capacitados para receber esse tipo de demanda. A parceria é a CPP (Parceria para a Proteção da Criança e do Adolescente). O centro seria o Cenapol, cujo projeto ainda não saiu do papel porque ainda não houve liberação da verba: R$ 100 milhões para cinco anos de obras, treinamento e compra de equipamentos.

Buscar o fortalecimento das agências de aplicação da lei é apenas uma das três áreas-chave que a CPP desenvolve para uma melhor utilização das tecnologias pelas crianças e adolescentes. Outra missão é conectar essas crianças aos garantidores de direitos, como pais e professores. "Muitas vezes, essas crianças ou adolescentes não sabem a quem procurar", explicou a coordenadora do CPP Brasil, Maria Emília Bretan. "Os pais, às vezes por não conhecer, não entendem o que eles relatam e acabam punindo, proibindo de usar a internet ou até mesmo agredindo."

Assim, a CPP está implantando projetos piloto com metodologia de pesquisa que aproveita o ponto de vista e o contexto em que a criança vive como eixo de todo o trabalho. Santo André, São Paulo e cidades do Maranhão estão participando da implementação deste projeto piloto, por meio de ONGs. No entanto, só Santo André está engajada por meio do poder público.

A terceira área do trabalho está voltada ao desenvolvimento de um jogo de conscientização sobre riscos.




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