O governo admitiu que pode adiar por 90 dias o leilão do TAV (Trem de Alta Velocidade) entre o Rio e São Paulo e também alterar pontos do edital, atendendo a pedidos de grupos interessados no projeto. O diretor-geral da ANTT (Agência Nacional de Transporte Terrestre), Bernardo Figueiredo, disse na sexta-feira que alguns ajustes podem elevar a atratividade do projeto, mas destacou que o modelo de uma só concessão para construção e operação será mantido.

"Existem solicitações de adiamento de dois a seis meses. Vai ser algo entre isso. Não sei qual será a decisão, mas 90 dias é um prazo suficiente", afirmou Figueiredo, destacando que a ideia é dar maior prazo para que as empresas possam fechar as negociações de formação dos consórcios. Na avaliação dele, o adiamento está se tornando irreversível, porém o martelo deve ser batido pelo Ministério do Trabalho no início desta semana.

Previsto para este mês, o leilão vai ser adiado pela segunda vez. O governo já reconhece que dificilmente o empreendimento estará pronto para a Olimpíada de 2016. A expectativa é de que as obras comecem no segundo semestre de 2012 e o limite para a conclusão é de seis anos.

Além de prazo para a formação dos consórcios, as empresas querem tempo para discutir o edital. Um dos pedidos é de que se altere o ritmo de introdução de conteúdo nacional, reduzindo-o no começo e intensificando-o na etapa final das obras. O percentual de componentes fabricados no Brasil não estaria em discussão, garante a ANTT.