Os advogados do prefeito de Santo André Aidan Ravin (PTB) e dos vereadores do PT têm grandes divergências sobre o inquérito policial instaurado contra o chefe do Executivo. O advogado de Aidan, Paulo Bonadies, foi ontem à PRE (Procuradoria Regional Eleitoral). Conforme publicado no Diário de ontem, Bonadies contestou a abertura do inquérito. No entanto, agora o ponto de vista é outro. "Sabemos da existência, mas o inquérito não menciona o nome do prefeito Aidan, não menciona meu nome, e nem convoca o Aidan para falar", disse, afirmando ainda que não houve nenhuma notificação oficial por parte do Ministério Público Federal.

Sobre a menção ao nome do prefeito, o advogado da bancada do PT, Manoel Marques, disse que o "inquérito foi baseado em uma representação que tinha como averiguado o senhor Aidan Antônio Ravin". "Se não é o Aidan, o que ele (Bonadies) está fazendo lá?", questionou. Além disso, a contestação gerou descontentamento em Marques. "Ele atacou a minha legitimidade de advogado, e farei uma representação contra ele na Ordem dos Advogados do Brasil".

Ciente do inquérito, Bonadies mantém a postura de tranquilidade. "A representação do PT está desacompanhada de qualquer documento. Então, é o que todos já sabem: ‘eu ouvi dizer'".

O advogado de Aidan afirmou que o procurador Luiz Carlos dos Santos Gonçalves "enfatizou que o inquérito foi instaurado por ser o procedimento usual". Ainda segundo Bonadies, o inquérito só foi realmente instaurado na quinta-feira, e não na quarta, conforme havia sido anunciado por Marques. "Ele (Gonçalves) olhou por cima, achou estranho já ter virado notícia, porque fez o que é de praxe". "O fato é: a decisão do doutor Luiz Carlos me foi comunicada pessoalmente na quarta-feira à tarde. Se o Ministério Público só recebeu os autos hoje cedo (ontem), não importa", rebateu Marques.

Para ajudar no caso, a advogada Fátima Nieto Soares foi contratada na quinta-feira por Aidan. Ela trabalhará mais na parte eleitoral do caso, enquanto Bonadies ficará mais encarregado das partes administrativa e constitucional.