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Bandeirantes pode se mudar para Sto.André
Leone Farias
Do Diário do Grande ABC
01/05/2002 | 21:05
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A Bandeirantes Indústria Gráfica, de São Bernardo, pode trocar o município por Santo André. De acordo com a empresa, estudos encomendados à consultoria especializada Simonsen & Associados indicaram que é economicamente mais interessante a saída da empresa do Grande ABC, mas a companhia negocia com a Prefeitura de Santo André para obter benefícios – área industrial e incentivos fiscais – que permitam a continuidade na região, e há a expectativa de um acordo favorável a sua permanência.

Os estudos mostraram, segundo a gráfica, que há mais vantagens competitivas em logística de aquisição de insumos e de saída de materiais em uma área geográfica entre a rodovia Presidente Dutra, Fernão Dias e Ayrton Senna, na Grande São Paulo. Dessa forma, a unidade de Guarulhos da indústria sai na frente na disputa para concentrar todas as operações da companhia, atualmente espalhadas nessa filial, na unidade de São Bernardo e em outra, em Campinas. Na unidade do Grande ABC, a empresa tem atualmente 160 funcionários.

O presidente da companhia, Mário César de Camargo, afirmou que corre contra o tempo. "Estamos tentando ainda com o novo secretário (de Desenvolvimento Econômico e Trabalho) de Santo André, César Moreira, fórmulas para viabilizar a empresa aqui (na região). Mas há urgência, já demorei algum tempo para ter um cenário mais claro e preciso tomar a decisão rapidamente", disse. A empresa espera anunciar uma decisão até o fim de maio.

Em relação a manter a planta em São Bernardo, Camargo disse que isso é pouco provável. "A Prefeitura de São Bernardo parece ter menos massa de manobra ou não tem interesse mesmo", afirmou o presidente da Bandeirantes. O secretário de Desenvolvimento Econômico e Turismo de São Bernardo, José Humberto Macedo, afirmou que já tinha se reunido com a empresa e que a prefeitura tem todo o interesse em que a empresa fique no município. Segundo ele, a administração aguarda um novo contato da companhia. O município também possui uma lei de incentivos seletivos, nos moldes da de Santo André, e poderia oferecer outros tipos de ajuda, de acordo com Macedo.

Imposto – Entre as vantagens que a empresa gostaria de ver atendidas estão desconto no IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano). "Há vários atrativos, o IPTU pode ser uma alternativa. A doação do terreno também seria importante. Eles (a Secretaria de Desenvolvimento de Santo André) estão analisando". A empresa pleiteia um terreno de 20 mil m² de área para construção imediata e de mais 20 mil m² para construção em cinco anos.

O secretário César Moreira informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que houve contatos iniciais para discutir a ida da companhia para o município, mas que a prefeitura só oferece os benefícios contidos na lei municipal de incentivos seletivos. Essa lei concede isenção de IPTU e taxas municipais pelo prazo de até dez anos, em contrapartida ao aumento da arrecadação decorrente do valor investido, geração de empregos e preservação do meio ambiente.

De acordo com o executivo, a companhia perde atualmente R$ 500 mil por mês, ou 8% de seu faturamento, mantendo sua operação descentralizada em três filiais.




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