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Dinamarca discute respeito à mulher
Do Diário do Grande ABC
12/01/1999 | 13:39
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Centenas de milhares de mulheres do Leste da Europa, Africa e Asia sao exploradas na prostituiçao e no trabalho clandestino. O problema requer uma estratégia européia comum, para pôr fim a esta escravidao dos tempos modernos.

Este é o objetivo da conferência a ser realizada, a partir de quarta-feira, no Parlamento dinamarquês. A promoçao do evento é do Conselho dinamarquês para a Igualdade, que quer chamar a atençao de políticos e legisladores sobre uma prática crescente, inclusive na Dinamarca.

``A Dinamarca, que se orgulha de estar na vanguarda no que diz respeito aos direitos humanos, poderia se converter num refúgio na Europa para o comércio de mulheres, já que carece de legislaçao que penalize tal comércio ou que permita responsabilizar seus incentivadores', declarou Inge Galamba, funcionária do Conselho para a Igualdade.

``Há cada vez mais mulheres (tailandesas, polacas e dos países bálticos) que vêm à Dinamarca e sao vendidas à indústria do sexo, vivendo em condiçoes parecidas com a escravidao', afirmou.

Segundo um informe da universidade de Roskilde, o número de prostitutas tailandesas no país, que era inferior a 100 há cinco anos, chega agora a 600. Mas as tailandesas nao sao as únicas. Há também mulheres das repúblicas bálticas, da Rússia e da Polônia, contratadas por agentes que lhes propoem empregos de bailarinas ou modelos e que sao levadas à prostituiçao. Seus passaportes sao confiscados pelas quadrilhas e essas mulheres vivem em cárcere privado, em condiçoes extremamente difíceis.

A polícia dinamarquesa está informada da existência dessas redes de prostituiçao, idênticas às de outros países da Europa, mas nao podem deter ninguém, já que as mulheres, por medo, se negam a testemunhar.

A presidente do Conselho para a Igualdade, Inge Rasmussen, qualificou esta situaçao de ``inaceitável' e convocou os políticos a ``seguir o exemplo de outros países, como a Bélgica, a Holanda e a Alemanha, que têm adotado uma legislaçao especial para penalizar o tráfico de mulheres e proteger as prostitutas que formalizam denúncias contra os exploradores'.

``O tráfico de mulheres e sua crescente ligaçao com o crime organizado sao uma preocupaçao para o mundo todo. Trata-se, como disse com muita propriedade a mulher do presidente norte-americano, Hillary Clinton, da escravidao de nossos tempos', afirmou Rasmussen.

Um funcionário do departamento de Justiça dos EUA, Thomas Burrows, exporá na conferência as iniciativas de seu governo para combater a exploraçao de mulheres, que nao é apenas sexual.

Noventa políticos, policiais, juristas e representantes de organizaçoes de defesa da mulher e dos direitos humanos participarao desta conferência.




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