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UCK é incógnita inevitável para soluçao em Kosovo
Do Diário do Grande ABC
03/02/1999 | 11:54
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Os rebeldes do Kosovo, mesmo sem ter conseguido nenhuma vitória militar, impuseram nos últimos meses como inevitável qualquer negociaçao sobre o fim da crise na província.

Seu representante político, Adem Demaci, afirma que o Exército de libertaçao do Kosovo (Ushtria Clirimtare e Kosoves, UCK) tem 35 mil combatentes. Quantidade muito exagerada, segundo os serviços ocidentais de inteligência, que estimam as tropas em cerca de 10 mil homens.

Em seu número de janeiro, a publicaçao semanal britânica especializada Jane's Intelligence Review afirma que ``na primavera o UCK será capaz de reunir de 50 mil a 70 mil combatentes, todos treinados ou experimentados'.

Fora a discussao sobre números, em onze meses o UCK se transformou num problema insolúvel para as tropas sérvias. Tomou o controle de pelo menos um terço de Kosovo e está cada vez mais popular, expondo ao descrédito o dirigente moderado Ibrahim Rugova. Ele, que durante muito tempo chegou a negar a existência do UCK, paga até hoje pelo erro político.

A sigla UCK apareceu pela primeira vez em 1993. Os rebeldes reivindicavam a execuçao de dois policiais sérvios em Drenica, foco histórico do nacionalismo albanês a oeste de Pristina. Em 1997, encapuzados compareceram a funerais de albaneses assassinados por sérvios, conclamando o povo à rebeliao. Durante a repressao sérvia em fevereiro e março de 1998, o UCK recebeu centenas de adesoes, inclusive de militantes de defesa dos direitos humanos, partidários da saída pela diplomacia. Depois de sair para o confronto direto, durante a primavera, um erro que custou muitas baixas, o UCK volta a fustigar as forças sérvias, adotando tática de guerrilha.

Ao convocar os partidos políticos da província de Kosovo a cessar-fogo e realizar um encontro, em 22 de janeiro, o UCK cresceu politicamente, expondo ainda mais Ibrahim Rugova. Agora, o UCK pretende assumir a direçao da delegaçao albanesa na conferência de paz de Rambouillet, nos arredores de Paris, um encontro promovido pela Otan para tentar uma soluçao para a guerra civil no país.




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