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Caminhada por trilhas, poços e grutas de Lençóis
Heloísa Cestari
Do Diário do Grande ABC
Com Agências
28/03/2001 | 19:40
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O roteiro das grutas no município baiano de Lençóis, localizado a 412 km de Salvador, a capital da Bahia, começa cedo e termina com o pôr-do-sol no morro do Pai Inácio. Para o passeio, recomenda-se levar lanterna, roupa de banho, um casaco, água e lanche.

A primeira é a gruta da Pratinha, no município de Iraquara, a 76 km de Lençóis, pela BR-242. O local dispõe de uma pequena infra-estrutura de apoio, com bar e restaurante.

Escavada pelo rio Pratinha, a gruta homônima tem características das regiões calcárias, com tom azulado e águas cristalinas. Fora da gruta, pode-se banhar no rio, também de águas límpidas. É costume mergulhar com óculos apropriados para apreciar a fauna e a flora subaquáticas.

Logo adiante encontra-se a gruta Azul, que se comunica com a da Pratinha por um canal de água subterrâneo. O passeio segue pela gruta da Lapa, com 3 km de extensão e um visual recheado de estalactites e estalagmites.

Depois de tantas descidas ao subsolo, é a vez de chegar pertinho do céu, escalando os 400 m de trilha que ligam o fim do asfalto ao topo do morro do Pai Inácio. Do alto desse mirante natural tem-se uma visão de 360 graus.

Trilhas – A cada dia surgem novas opções de passeios na região de Lençóis, e a melhor forma é caminhar. Existem trilhas para todos os gostos. Muitas delas foram abertas a facão por tropeiros, índios e escravos. As mais longas, como a do Capão-Andaraí e a que leva ao Vale do Paty, devem ser feitas somente com o acompanhamento de guias habilitados e conhecedores do local.

Os caminhos mais longos podem ser percorridos em até uma semana. Mas, se o turista não quiser andar tanto, podem-se percorrer os trechos mais próximos do Centro de Lençóis e desfrutar de muitos riachos, poços e cachoeiras de águas escuras e límpidas existentes na região.

História – Lençóis é uma das cidades com maior acervo arquitetônico da região da serra do Sincorá. O município teve seu apogeu na época do garimpo, principalmente de diamantes. Hoje é o principal pólo turístico dessa área – por conta das maravilhas da Chapada Diamantina –, com infra-estrutura hoteleira e bons restaurantes.

Como a cidade é pequena, o melhor é andar e contemplar seu casario – testemunha dos tempos de opulência da aristocracia local –, observando o traçado arquitetônico e o calçamento, feito com a própria pedra da região. A riqueza era tanta que os proprietários dos garimpos negociavam diretamente com a Europa, por meio do consulado francês, instalado num enorme casario. Outra beleza arquitetônica é a residência da família Sá, uma das mais tradicionais da Bahia, que hoje abriga a Prefeitura.

O médico e escritor lençoiense Afrânio Peixoto nasceu no mesmo sobrado onde hoje funciona o Museu Afrânio Peixoto, que reúne vários pertences do escritor. Entre eles, originais de romances e o fardão da Academia Brasileira.

Além de Lençóis, considerada a jóia da Chapada Diamantina, toda a região merece uma visita. O que o turista vai ver são cânions enormes, vales, uma centena de cachoeiras e diversas grutas.




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