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Ascensao da extrema-direita na Austria preocupa europeus
Do Diário do Grande ABC
26/01/2000 | 17:38
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A provável incorporaçao da extrema-direita ao governo austríaco foi motivo de preocupaçao, nesta quarta-feira, em algumas capitais européias, enquanto Israel multiplicava advertências e ameaças à Austria.

Apenas três governos europeus comentaram esta possibilidade nesta quarta-feira -Suécia, França e Polônia, candidata à Uniao Européia- enquanto outros parecem aguardar que ela se concretize.

O partido liberal FPOe liderado por Joerg Haider e o partido conservador estudavam a perspectiva de aliar-se para governar, enquanto os conservadores asseguraram que o novo governo daria um "sim categório à Europa" ao contrário do que temem alguns setores.

O primeiro-ministro sueco Goran Person declarou em Estocolmo durante uma reuniao sobre o Holocausto que o partido de Haider "nao compartilha os valores da Uniao Européia (UE) e se passasse a fazer parte do governo seria motivo de preocupaçao nao apenas para a Austria, mas também para o conjunto da UE". Estimou que a perspectiva da coalizao conservadora-liberal deveria ser "levada a sério".

Mais além de posiçoes xenófobas e de alguns deslizes verbais pró-nazistas, Joerg Haider é considerado um antieuropeu e oposto à incorporaçao dos países da Europa do Leste à UE.

A porta-voz do ministério francês das Relaçoes Exteriores, citando o ministro Hebert Vedrine, declarou nesta quarta-feira que a Austria ficaria "numa situaçao deplorável" se a extrema-direita participasse do governo.

"Sao detestáveis todas as práticas políticas que consistem em exacerbar, estimular as angústias de uma parte da populaçao para criar movimentos populistas, nacional-populistas", disse, recordando as opinioes expressadas por Vedrine em outubro passado, em seguida às eleiçoes austríacas.

"As declaraçoes de Haider, tingidas de cores nazistas, sao vistas por nós com sérias objeçoes", declarou o ministro polonês das Relaçoes Exteriores, Pawel Dobrowolski.

Israel multiplicou advertências e ameaças contra Viena. O primeiro-ministro israelense, Ehud Barak, declarou que a "Austria dá um sinal inquietante" e que o desenlace das negociaçoes entre os conservadores e a extrema-direita "influirá na posiçao" do Estado de Israel.

"Se Haider entrar para o governo austríaco, Israel convocará o embaixador do país em Viena", afirmou terça-feira o ministro israelense da justiça, Yossi Beilin. Também se somou às críticas do governo israelense o Congresso Judeu Mundial, advertindo que faria uma revisao nas relaçoes com a Austria.




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