A recente decisao da Organizaçao dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) de aumentar a produçao em 800 mil barris diários terá pouco impacto nos preços, devido aos problemas de capacidade que enfrentam os refinadores, disse Rothman. ``É a primeira vez que cada setor da indústria enfrenta problemas de capacidade', assinalou o especialista, durante uma conferência sobre a situaçao do petróleo realizada à margem da assembléia anual conjunta do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial (BM).
As limitaçoes nao poderao ser resolvidas em menos de dois a quatro anos, tempo necessário para expandir as refinarias existentes ou construir novas', explicou. O prognóstico de Rothman vai de encontro às aspiraçoes dos países industrializados e do comitê diretivo do FMI, que pediram aos países produtores que ponham mais óleo cru no mercado, para fazer com que os preços baixem.
O barril do Brent baixou nesta segunda-feira para US$ 30,30 no mercado de Londres. Na última sexta-feira, havia fechado a US$ 31,25.
Rothman atribuiu os problemas dos refinadores americanos às crescentes restriçoes às emissoes de gás pelos automóveis, que obrigam a caras modificaçoes no processo de refino, para que se produza uma gasolina cada vez mais ``limpa'. Segundo ele, os investimentos em refino diminuíram devido às menores margens de lucro e ao fato de que os investidores estao reticentes em pôr seu dinheiro em uma indústria sujeita cada vez mais a novas e custosas regulamentaçoes.
O problema é o mesmo na Europa, que importa uma grande parte do seu diesel dos Estados Unidos, apontou. Dessa forma, o aumento da produçao de óleo cru nao levará à presença de mais derivados no mercado, nem à reduçao significativa dos preços, estimou o especialista. A indústria de hidrocarbonetos sabe que muitos dos 11 membros da OPEP já estao produzindo com capacidade máxima e que nao adiantarao os acordos para aumentar a produçao. ``O sistema funciona com capacidade plena', observou Rothman.
``Há uns preços disparados sem que exista realmente um déficit na oferta e isso é o oposto ao que se deseja (...), um equilíbrio', afirmou Ciavaldini.
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