Economia Titulo
Especialista diz que preço do petróleo nao baixará em menos de 2 anos
Do Diário do Grande ABC
25/09/2000 | 15:34
Compartilhar notícia


Ainda faltam de dois a quatro anos para que os preços do petróleo baixem para um nível de US$ 25 o barril, devido às limitaçoes na capacidade de refino, disse esta segunda-feira, em Praga, Michael Rothman, especialista da firma Merril Lynch.

A recente decisao da Organizaçao dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) de aumentar a produçao em 800 mil barris diários terá pouco impacto nos preços, devido aos problemas de capacidade que enfrentam os refinadores, disse Rothman. ``É a primeira vez que cada setor da indústria enfrenta problemas de capacidade', assinalou o especialista, durante uma conferência sobre a situaçao do petróleo realizada à margem da assembléia anual conjunta do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial (BM).

As limitaçoes nao poderao ser resolvidas em menos de dois a quatro anos, tempo necessário para expandir as refinarias existentes ou construir novas', explicou. O prognóstico de Rothman vai de encontro às aspiraçoes dos países industrializados e do comitê diretivo do FMI, que pediram aos países produtores que ponham mais óleo cru no mercado, para fazer com que os preços baixem.

O barril do Brent baixou nesta segunda-feira para US$ 30,30 no mercado de Londres. Na última sexta-feira, havia fechado a US$ 31,25.

Rothman atribuiu os problemas dos refinadores americanos às crescentes restriçoes às emissoes de gás pelos automóveis, que obrigam a caras modificaçoes no processo de refino, para que se produza uma gasolina cada vez mais ``limpa'. Segundo ele, os investimentos em refino diminuíram devido às menores margens de lucro e ao fato de que os investidores estao reticentes em pôr seu dinheiro em uma indústria sujeita cada vez mais a novas e custosas regulamentaçoes.

O problema é o mesmo na Europa, que importa uma grande parte do seu diesel dos Estados Unidos, apontou. Dessa forma, o aumento da produçao de óleo cru nao levará à presença de mais derivados no mercado, nem à reduçao significativa dos preços, estimou o especialista. A indústria de hidrocarbonetos sabe que muitos dos 11 membros da OPEP já estao produzindo com capacidade máxima e que nao adiantarao os acordos para aumentar a produçao. ``O sistema funciona com capacidade plena', observou Rothman. O presidente da PDVSA acrescentou que ``a percepçao de poucos estoques, a percepçao de pouca capacidade de refino no momento da chegada do inverno (...) mantêm a expectativa e os papéis se negociam e fazem com que os preços fiquem em alta', disse. ``Mas realmente nao é um problema de oferta e demanda, é uma equaçao mais complexa', sentenciou.

``Há uns preços disparados sem que exista realmente um déficit na oferta e isso é o oposto ao que se deseja (...), um equilíbrio', afirmou Ciavaldini.




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;