A Scania Latin America registrou em setembro o melhor mês do ano em faturamento, que chegou a cerca de R$ 70 milhoes, com a venda de 513 caminhoes e 115 ônibus para o mercado interno. Isso representa aumento de 40% sobre agosto, segundo informou o diretor de vendas de caminhoes da empresa, Silvio Munhos, durante a Festa dos Caminhoneiros de Sao Marcos no Rio Grande do Sul. Isso representa 40% da participaçao do mercado interno de caminhoes pesados.

Para Munhos, isso nao só indica um bom mês e boas perspectivas futuras mas, que essa recuperaçao vem sendo demonstrada há alguns meses. "Em setembro faturamos muitos produtos vendidos durante os meses de julho e agosto", disse.

Segundo o diretor geral da Scania, Flávio Mermejo, a principal razao para a resposta positiva do mercado foi a greve dos caminhoneiros, que resultou no aumento dos valores dos fretes e conseqüentemente, motivou as transportadoras a renovarem suas frotas. "O problema sao os motoristas autônomos que nao estao ganhando nem para sobreviver. Para recuperar esse mercado estamos criando uma linha de motores para caminhoes usados", afirmou.

O número de consultas e o aumento de vendas indica, segundo Mermejo, que o próximo ano terá faturamento superior ao de 1999. O executivo afirma que, se nao houver uma readequaçao da produçao da Scania - que hoje trabalha com 20% de sua mao-de-obra e 40% de sua capacidade produtiva inativa -, até o mês de fevereiro poderá faltar caminhoes no mercado. Se a renovaçao de frota realmente acontecer, o executivo acredita que a produçao, que hoje atinge cerca de 14 mil caminhoes por ano, terá de ser dobrada "e isso será ótimo".

A renovaçao de frota é a maior esperança das montadoras de caminhoes para alavancar vendas. Pesquisas feitas pelas empresas em conjunto com a Anfavea (Associaçao Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), apontam que 40% da frota nacional está nas maos de motoristas autônomos, que têm como única chance de renovar patrimônio, trocando seu caminhao usado por um novo.

Ao contrário, dos frotistas, que têm poder de fogo para trocar seus caminhoes à vista ou via leasing, os autônomos estao descapitalizados. Por isso, a frota nacional tem, em média, uma vida útil de 20 anos.