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Mauá: da porcelana ao rodoanel
Especial para o Diário*
10/12/2009 | 07:00
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Nos últimos anos, com a proximidade da conclusão das obras do Trecho Sul do Rodoanel, todos os olhos têm se voltado para Mauá, entreposto de importância logística que será ainda mais potencializado. A nova rodovia vai cortar a cidade, ligando-a diretamente ao Porto de Santos e à Capital, fato que traz expectativas de um futuro próspero para o município.

Mas não é a primeira vez em sua história que o fácil acesso ao mar desperta para Mauá a atenção de todo o País. Na década de 1950, essa vocação, aliada a outras condições favoráveis, tornou-a a capital nacional da porcelana.

Àquela época, além da localização, outros dois fatores foram primordiais para o desenvolvimento da atividade: possuir a matéria-prima necessária para a produção das peças e reunir mão de obra especializada, composta principalmente por imigrantes que vieram inicialmente para trabalhar nas pedreiras da região.

Das inúmeras fábricas que se instalaram em Mauá, duas ainda se destacam e estão abertas a visitação e venda de produtos: a Porcelana Schmidt (instalada na Avenida Capitão João, 1.815, Vila Vitória), que possui uma loja de venda de seus produtos; e a Porcelana Kojima (Rua Kojima, 32, Jardim Feital), que está aberta para visitas de grupos com prévio agendamento pelos telefones 4576-2166 e 2058-3572.

FAMÍLIA SCHMIDT - A família Schmidt chegou a Mauá por meio do jovem empreendedor Fritz Erwin Schmidt, que havia sido enviado por um tio à Alemanha em 1929, aos 16 anos. No Exterior, começou a estudar sobre as técnicas de fabricação de artigos de barro tipo Bunzlau, espécie de grês fino (material feito a partir de argila). Mas Fritz foi mais longe e, em 1933, retornou ao Brasil com diploma de ceramista. Em 1937, fundou a Porcelana Mauá. Como Fritz não tinha recursos para contratar mão de obra mais especializada, treinou seus familiares, transformando-os em técnicos capacitados.

Em 1942, após desentendimentos com os sócios, Fritz pediu demissão. Junto com ele, todos os integrantes da família se retiraram da fábrica, que acabou fechando logo em seguida. Em 1943, a Família Schmidt adquire parte da Porcelana Real em Mauá. A fusão dá novo fôlego à Porcelana Schmidt, que passa a crescer e a conquistar liderança em outros mercados.

Hoje, a Porcelana Schmidt é a maior fabricante da América Latina e uma das maiores do mundo, detendo cerca de 50% do mercado brasileiro de porcelana fina de mesa. Atualmente as exportações têm sido realizadas para Itália, Chile, Estados Unidos, Venezuela, Rússia, Paraguai e México.

*(Por Sylmara Jacob, da GT Turismo Regional do Consórcio Grande ABC)




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