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Segundo o delegado titular do Departamento de Investigação sobre o Crime Organizado (Deic), Godofredo Bittencourt, os explosivos seriam usados pela facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) em um atentado à Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa). O delegado do Departamento Anti-bomba do Deic Marco Farra afirmou que a bomba teria condições de matar pessoas e destruir a Bolsa.
“Se fosse colocada em algum ponto de sustentação de uma edificação causaria danos irreversíveis. O cálculo do poder de destruição varia de acordo com o local onde ele fosse instalado. Este tinha condições perfeitas de destruir patrimônio, ferir pessoas e inclusive matar”, declarou Farra.
Bittencourt, durante entrevista coletiva, afirmou que todas as pessoas em um raio de até 20 ou 30 metros da bomba morreriam com a sua detonação.
A assessoria de imprensa da Bovespa confirmou que já havia sido avisada sobre a ameaça de ataque contra o local na semana passada. Nesta segunda, o Grupo de Operações Especiais (GOE) da Polícia Civil realizou uma revista no prédio, mas não encontrou nenhum explosivo. A segurança no edifício foi reforçada, assim como o policiamento nas proximidades. O governador do Estado, Geraldo Alckmin, também informou que sabia sobre a possibilidade do atentado.
As duas pistas da rodovia foram interditadas e o tráfego no sentido interior-capital foi desviado no trevo do km 93. O veículo estava isolado no acostamento da rodovia, mas já foi retirado e o tráfego foi liberado no local.
Cerca de 30 quilos de explosivo usado em pedreiras, para quebrar rochas, estava dentro de uma mala que também tinha roupas sujas. O detonador da bomba foi destruído e o material foi levado para a delegacia anti-bombas, em São Paulo.
O plano de atentado teria sido descoberto após a prisão de uma mulher identificada como Petronília Maria de Carvalho Felício, esposa do preso Geleião, um dos líderes do PCC, detido na Penitenciária de Segurança Máxima de Presidente Bernardes. Após interceptarem uma conversa entre membros da facção, a polícia descobriu que o detento determinou à esposa que desse a ordem do ataque, segundo o delegado Rui Ferraz Fontes.
O ataque teria sido cancelado após a prisão de Petronília, e o carro com os explosivos abandonado na Anhangüera. Geleião teria ordenado o atentado por estar preso em Regime Disciplinar Diferenciado (RDD), em cela individual e com restrições de horário de visita e banho de sol.
A polícia chegou ao veículo depois de receber um telefonema anônimo. O Deic quer descobrir se a quantidade de explosivos do carro confere com a que os criminosos, de acordo com as investigações, possuem. Ainda de acordo com a polícia, se houver menos explosivos no veículo do que o esperado, outros ataques poderão ser realizados pelo PCC.
Segundo Bittencourt, o ataque frustrado tem ligação com os ataques a policiais militares registrados em São Paulo, Campinas e Guarujá. Há suspeitas de que os criminosos planejavam uma operação semelhante para o dia 27, no segundo turno das eleições.
Apesar disto, Bittencourt negou relação entre a situação de segurança pública em São Paulo e no Rio de Janeiro. “No Rio é muito pior. Aqui não tem criminoso famoso solto”, afirmou.
Petronília de Carvalho é a única pista que a polícia federal tem para chegar aos criminosos que planejaram o atentado.
Roubo- O dono do veículo foi localizado no final da manhã desta segunda. Ele contou que foi rendido e obrigado a entregar o seu carro de madrugada, quando saía de um bar no Bairro do Lago, em Campinas.
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