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Escritor Stine: o fenômeno do terror adolescente
Melina Dias
Da Redaçao
05/08/2000 | 16:37
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O escritor de terror que mais vende hoje nos Estados Unidos nao é Stephen King, mas R.L. Stine, que tem mais de 100 milhoes de livros consumidos e ainda vende 1,25 milhao de livros por mês em 21 diferentes idiomas. Baseada nestes números que traduzem um fenômeno, a editora Rocco acaba de lançar no mercado editorial brasileiro os seis primeiros títulos (dos mais de 50 já escritos) de uma das séries de maior sucesso do escritor, Rua do Medo. Os textos sao fraquíssimos, recheado de diálogos fáceis e enredos exaustivamente explorados pelos filmes B de terror. O lado menos horripilante? Se Stine nao é um mestre como King, já fez milhares de adolescentes norte-americanos lerem um livro do começo ao fim pela primeira vez em suas vidas.

As capas sao cafonas, os livros têm, no máximo, 150 páginas com letras em corpo de jornal, e chegam com um preço acessível: R$ 15. Tudo isso é proposital e tem funcionado. Segundo a editora, houve um movimento de maes nos EUA, preocupadas com a avidez com que seus filhos consumiam histórias de assassinatos entre jovens. Os professores brecaram, alegando que os livros despertavam o prazer pela leitura.

Os três primeiros números que chegam às livrarias sao Amor em Dose Dupla, sobre um playboy roqueiro que namora gêmeas ao mesmo tempo e se vê vítima de tentativas de assassinato; O Clube do Terror, no qual um bando de adolescentes conta histórias de terror e, de repente, passam a ser mortos; e A Vidente, sobre uma garota paranormal envolvida em crimes escabrosos.

Qualquer semelhança com as historietas da série Tales from the Crypt é explícita. Segundo o próprio autor, os Contos da Cripta (conhecidos aqui pela série televisiva exibida pela Band) sao sua influência, antecedida pela revista Mad, que "mudou sua vida".

Robert Lawrence Stine parece ser uma pessoa razoável. Vive em Nova York com a sua mulher, Jane, e o filho Matthew, de 17 anos, e nao cria uma aura de mistério sobre sua vida. Costuma frisar como é duro o trabalho de escritor. "Nunca me tornei um maníaco, jamais encontrei um fantasma. Meus livros costumam surgir da vida real. Por exemplo, foi uma máscara que meu filho usou no Halloween que me inspirou a escrever The Haunted Mask", conta. Nada que inspire serial killers mirins. Espera-se.




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