O deputado federal José de Filippi Júnior (PT) deixou a Prefeitura de Diadema em janeiro de 2009, mas nem por isso abandonou o posto de principal articulador político do Paço Municipal. Embora o prefeito de fato seja Mário Reali (PT), Filippi é tido nos bastidores como figura essencial para assegurar a governabilidade de seu afilhado político, além de ter papel decisivo nos rumos da administração diademense.

Nos corredores da Prefeitura, o que se comenta é que Reali constantemente consulta Filippi. O deputado federal foi gestor do município por três mandatos (entre 1992 e 1996 e entre 2000 e 2008) e sempre foi considerado responsável direto pelas conduções políticas do governo. Formado em arquitetura, Reali é visto como quadro técnico do PT, tanto que trabalhou em outras prefeituras, como a de Ribeirão Pires na gestão de Maria Inês Soares (PT).

Um dos nós desatados por Filippi durante o mandato de Reali foi a venda da Saned para a Sabesp. Embasada por decisão jurídica, a autarquia estadual queria arrendar totalmente a Companhia de Saneamento de Diadema. O parlamentar federal foi conclamado a intervir e ajudou a costurar acordo com o governo do Estado para que a Prefeitura de Diadema continuasse com pelo menos 50% da empresa estatal.

Filippi afirmou que há convergência de ideias, mas negou que haja ingerência no governo Reali. "Trocamos ideias e opiniões com frequência. Abordamos questões de como podemos ajudar a cidade. Eu dou sugestões de políticas que podem ser adotadas. E o Mário também me ajuda, já que ele foi parlamentar durante seis anos (Reali foi eleito deputado estadual em 2002 e reeleito quatro anos mais tarde). Não tem ingerência."

Integrantes do alto escalão petista em Diadema confirmam que Filippi tem papel de destaque no Paço. "Sempre é muito bom ouvir o que o Filippi tem a dizer. Ele é empreendedor e deixou a Prefeitura com altos índices de aceitação. Tanto que foi eleito deputado federal", destacou o vereador Manoel Eduardo Marinho, o Maninho (PT), líder de governo de Filippi.

Maninho disse que o deputado federal realiza reuniões periódicas com a base governista de Reali, com intuito de consolidar o grupo situacionista. "Ele sempre conversa com todos. Ainda tem escritório político na cidade e nos chama para debater o que podemos fazer no governo do Mário. Mas isso não quer dizer que o prefeito não tenha autonomia."