O silêncio na vida política israelense nos últimos dias, por causa dos problemas de saúde de Ariel Sharon, chegou ao fim nesta quinta-feira. Partidos e líderes políticos começaram a retomar as antigas batalhas e rivalidades.

Como a vida de Sharon parece fora de perigo e o processo de recuperação se anuncia longo, os partidos políticos não estão dispostos a esperar mais para seguir adiante com a campanha pelas eleições legislativas de 28 de março.

Apesar de Sharon estar praticamente fora da vida política, se as eleições acontecessem hoje, o Kadima, partido criado em novembro pelo primeiro-ministro e que conta com grandes líderes da direita e figuras do trabalhismo israelense, obteria entre 44 e 45 cadeiras das 120 do Parlamento.

Um dos fatores que provocaram o aumento da tensão dentro do governo foi a decisão do Executivo de permitir que os palestinos de Jerusalém Oriental votassem nessa região da cidade nas eleições do dia 25. O Likud (ex-partido de Sharon) discorda dessa decisão e diz que ela significa dividir Jerusalém.

Nesta quinta-feira, os 3.000 membros do Comitê Central do Likud elegerão em votação interna a lista de candidatos para as legislativas. Segundo as pesquisas, o partido obteria nas próximas eleições 15 cadeiras no Parlamento, atrás do Kadima e dos trabalhistas, liderados por Amir Peretz, que chegariam a 18.

O Partido Trabalhista também retomou nesta quinta-feira a campanha eleitoral, criticando aqueles que tentam ganhar pontos com a doença de Sharon. "Nosso partido é o único que diz claramente o que vai fazer pela paz. Somos o partido da paz, da verdadeira", afirmou Peretz