Nove anos depois de Ace Ventura: Um Detetive Diferente, comédia na qual fez seu primeiro protagonista no cinema, e muitos milhões de dólares a mais na conta bancária, Jim Carrey aparece em Todo Poderoso (Bruce Almighty, EUA, 2003), de Tom Shadyac, que está em cartaz no circuito. O filme é uma das sensações da temporada: levou 4,1 milhões de pessoas ao cinema no Brasil desde que estreou, há um mês e meio. Já é o terceiro longa mais visto do ano no país, perdendo apenas para Matrix Reloaded (4,9 milhões) e Carandiru (4,5 milhões).

Todo Poderoso, que está em seis salas da região, ganhou público pelo boca-a-boca. É extremamente divertido e tem lá sua mensagem entre uma piada e outra. O tema – um sujeito recebe os poderes divinos por uma semana – é um prato cheio para o humor físico de Carrey, que vem de papéis dramáticos como em Cine Majestic e O Mundo de Andy. A boa bilheteria é sinal de que o público estava com saudades do ator no gênero que o consagrou.

Carrey interpreta Bruce Nolan, um repórter de TV que sonha em virar âncora do telejornal local para qual trabalha. Ele acredita que isso está prestes a acontecer quando o atual apresentador anuncia sua aposentadoria. Mas perde o cargo para seu rival, Evan Baxter (Steve Carrell), e tem um chilique quando entra pela primeira vez ao vivo na TV.

Nolan é demitido, apanha de uma gangue e bate o carro. Ele não tem controle nem sobre seu cachorro, que insiste em urinar no sofá da sala. A culpa de tudo? Segundo Nolan, é de Deus. Até que o próprio (Morgan Freeman) aparece em pessoa e lhe passa, por uma semana, seus poderes e responsabilidades. Jennifer Aniston, de Friends, faz a namorada de Nolan, Grace, uma das coisas divinas da vida do repórter que ele não consegue enxergar.