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Salário mínimo segue em recuperação
Leone Farias
Do Diário do Grande ABC
17/07/2008 | 07:21
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O valor de R$ 453,67 previsto para o salário mínimo no próximo ano pela LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias) de 2009 - que foi aprovada no Congresso Nacional na última terça-feira à noite - dá continuidade a um processo de recuperação lenta e gradual do valor referência para o trabalhador.

Pela regra adotada na LDO, haverá um aumento de 9,1% sobre os R$ 415 atuais. O reajuste foi definido pela variação do PIB (Produto Interno Bruto) de dois anos antes (2007), somada à taxa de variação medida pelo INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor).

O Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) aponta que de 2000 até este ano houve uma valorização real (deflacionada) de 49%. Ainda fica aquém do que era pago, na década de 1960, quando - tomando como base números atuais - quem ganhasse o mínimo receberia R$ 1.015.

"A política de recuperação é de médio prazo. Está se garantindo perdas com a inflação e o crescimento da economia", afirma o coordenador de estudos do Dieese, Ademir Figueiredo.

A regra adotada é considerada uma conquista das centrais sindicais, apesar de haver preocupação com a inflação. "A política de valorização está sendo mantida, mas precisamos ver mais próximo da data (a correção será em fevereiro de 2009), talvez tenhamos de discutir se o valor é adequado", disse o presidente da CUT São Paulo, Edilson de Paula.

Figueiredo acrescenta que nos primeiros quatro meses o INPC já acumula alta de 3,1%. No entanto, se a meta do governo (inflação de até 6,5%) se confirmar, o trabalhador ainda receberia 2,6% acima da taxa inflacionária.

INJEÇÃO DE RECURSOS - Para o setor empresarial do Grande ABC, o reajuste do mínimo para 2009 é bem vindo, já que deve injetar mais recursos na economia e ajudará a recompor perdas das classes mais baixas.

"Eu costumo dizer que se nós empresários não somos culpados pela inflação, menos ainda os trabalhadores", disse o diretor da regional do Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo) de São Caetano, William Pesinato.

O presidente da Acisbec (Associação Comercial e Industrial de São Bernardo), Valter Moura, cita que o valor ultrapassa os US$ 200, em boa parte por causa da desvalorização do dólar e ainda está muito defasado.




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