Política Titulo Editorial
Sonho é zerar o déficit
Do Diário do Grande ABC
29/12/2019 | 08:55
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A construção de creches para ofertar educação infantil e abrigo seguro a todas as crianças entre zero e 3 anos nas setes cidades do Grande ABC tem sido, ao longo dos anos, dos maiores desafios para administradores públicos. Aliás, é tarefa que ferve a cabeça de governantes de todo o Brasil, inclusive porque envolve altos investimentos para erguer a obra, mas gera custos ainda maiores para garantir instalações, manutenção, alimentação e atendimento de qualidade, entre outros requisitos destinados a público tão específico. E, em tempos de crise, a luta é ainda mais árdua.


Apesar das agruras, prefeitos da região têm alcançado relativo sucesso na abertura de vagas, tanto com novas unidades próprias quanto na ampliação de rede conveniada. Mas, ainda assim, reportagem de hoje deste Diário aponta que 13,6 mil crianças, em cinco das sete cidades, aguardam um lugar para iniciar a vida escolar. Obviamente a educação na primeira infância não implica em que os pequenos terão aulas de fato, mas é o começo do caminho para a formação de cidadãos, como prega especialista no tema.


Ampliar a oferta de vagas não é fundamental apenas para a vida dos pequenos. Talvez seja até mais importante para mães que precisam trabalhar de forma a ajudar no orçamento da casa, ou mesmo garantir que a família tenha o mínimo necessário para a sobrevivência. Afinal, não são raros os casos em que a renda das mulheres é a única da residência, porque são sozinhas para cuidar dos filhos ou o companheiro está desempregado. A educação, todos sabem, começa em casa, mas nem sempre isso é possível o tempo todo. E aí também entram as creches.


E, pelo andar da carruagem, as administrações municipais da região parecem ter entendido isso. Não por acaso, projetam para 2020 a abertura de 5.351 vagas, quase a metade das 13,6 mil necessárias para zerar o deficit, sonho de dez entre dez prefeitos deste imenso e desigual Brasil. Bem provável que nenhum consiga atingir a meta, pois a cada ano mais crianças nascem e vão engrossar a fila de espera. Mas é salutar saber que o tema tem recebido a merecida atenção.  




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