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Advogado diz que Renan pagava R$ 9 mil 'por fora' à Mônica Veloso
Do Diário OnLine
18/06/2007 | 21:04
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Em depoimento ao Conselho de Ética do Senado Federal, o advogado da jornalista Mônica Veloso, Pedro Calmon Filho, disse nesta segunda-feira que o presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL), pagava R$ 9 mil “por fora” para a pensão da filha de 3 anos que teve em um relacionamento extraconjugal com a jornalista.

Segundo Calmon, este acordo aconteceu em dezembro de 2005, após Renan reconhecer a paternidade. Isso teria acontecido porque o peemedebista não teria renda suficiente para pagar os R$ 12 mil, pois os outros R$ 3 mil o presidente do Senado pagava oficialmente a Mônica, como ele mesmo confessou em declaração dada no mês passado.

Como prova do que estava falando, o advogado leu no depoimento parte da petição que tramita em segredo de Justiça no processo de pensão de alimentos que envolve o senador e Mônica. Esta atitude causou revolta nos parlamentares ligados a Renan.

Mais acusações -
Pedro Calmon Filho também acusou o advogado do presidente da Casa, Eduardo Ferrão, de forjar documentos sobre o pagamento de R$ 100 mil à jornalista. A verba seria destinada a um fundo para arcar com as despesas futuras da educação da filha de Renan e Mônica.

Calmon confessou que participou de uma simulação ao assinar um documento que comprova os recebimento dos R$ 100 mil. Ao ser questionado pelo senador Valter Pereira (PMDB-MS) sobre a suposta fraude, ele afirmou que só assinou o papel porque sabia que era esta a única maneira de sua cliente receber o dinheiro.

O advogado deixou claro que, ao contrário do que diz Renan, esta verba não era destinada à educação da menina, e sim à complementação do fundo de pensão alimentícia da criança. “Quem produziu os documentos foi o advogado ali”, declarou, apontando para Ferrão.

Resposta –
Mais tarde, Ferrão teve a oportunidade de rebater as declarações do advogado de Mônica Veloso. Visivelmente alterado, ele negou todas as acusações e disse que para cada frase de Pedro Calmon contra ele, poderia dar até 10 respostas.

Ele classificou de cenas patéticas o depoimento de Calmon e registrou que o foco do debate deveria ter sido se Renan pagou ou não com seus rendimentos a pensão alimentícia da jornalista Mônica Veloso.

Ferrão ainda garantiu que em nenhum momento desse episódio o senador Renan Calheiros se portou de uma forma indevida. Ele chamou atenção para o fato de que o processo está instaurado porque Renan se portou com dignidade desde o primeiro momento

Farpas –
O depoimento de Pedro Calmon Filho no Conselho de Ética foi tenso e, em determinado momento, ele chegou inclusive a discutir com Siba Machado (PT-AC), que com o afastamento de Epitácio Cafeteira (PTB-MA) atua nesta segunda como relator do caso, além de ser presidente do Conselho.

Calmon ficou irritado quando foi questionado por várias vezes seguidas sobre a maneira como Renan efetuava os pagamentos de pensão à Mônica. “Acho que o senador não está entendendo minha resposta”, assinalou. “Estou me sentindo ofendido desta maneira, todos estão aqui para trabalhar”, rebateu o petista.

Mais farpas –
Calmon também discutiu com o senador Almeida Lima (PMDB-SE), um dos principais aliados no Congresso Nacional do presidente do Senado.

Durante o depoimento, Calmon sofreu várias acusações por parte de Lima. O peemedebista disse que o pai do advogado chantageou Renan, pedindo R$ 20 milhões para que o caso não chegasse ao Conselho. Além disso, revelou que existia um dossiê pronto com acusações contra o senador.

Ainda de acordo com Lima, o lobista Cláudio Gontijo tinha uma amizade de longa data com Mônica, o que contraria a versão apresentada por Calmon, que havia dito que sua cliente “mal conhecia” Gontijo. O senador leu trechos de e-mails e cartas trocados pelos dois.

Claramente irritado com as acusações contra Mônica, Pedro Calmon Filho declarou que os documentos apresentados por Almeida Lima eram forjados. Para ele, os senadores defensores de Renan estavam tentando utilizar o depoimento para inocentar o presidente do Senado a qualquer custo.

Ameaça – Calmon também confirmou nesta segunda que recebeu ameaças para que desistisse do caso em que sua cliente processa o presidente da Casa, Renan Calheiros, com quem tem uma filha. Ele também negou as acusações de que Mônica tenha chantageado Renan.

Segundo Calmon, no dia 9 de junho, por volta das 19h, ele recebeu uma chamada em seu telefone celular e um homem, sem se identificar, o xingou e o ameaçou de morte, caso ele e sua cliente não parassem de “falar essas coisas”.

De acordo com o advogado, o homem que o ameaçou tinha sotaque nordestino. Acionada, a polícia identificou a chamada e descobriu ter sido feita a partir de um telefone público localizado em frente a uma padaria nas Áreas Octogonais Sul de Brasília. A polícia investiga o caso.

Por meio de uma nota lida pelo advogado, Mônica Veloso garantiu que não teve qualquer participação na reportagem publicada pela revista Veja que denuncia que Renan teria parte de suas despesas pagas pelo funcionário da Construtora Mendes Júnior, Cláudio Gontijo.

Caso Renan – O presidente do Senado é acusado de ter a pensão da filha que tem com a jornalista Mônica Veloso paga pela Construtora Mendes Júnior, por intermédio do lobista Cláudio Gontijo. A denúncia foi feita por uma matéria da revista ‘Veja’, o que motivou uma representação do PSOL contra Renan.

Renan Calheiros, por sua vez, chegou a mostrar documentos que comprovariam seu lucro de R$ 1,9 milhão nos últimos anos com venda de gado, verba que teria sido utilizada para o pagamento da pensão. No entanto, uma reportagem do Jornal Nacional (TV Globo) denunciou que as notas apresentadas pelo senador eram ‘frias’. A PF (Polícia Federal) está analisando todos os documentos.




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