Com 2ª parcela do abono no bolso, consumidor foi às compras no último fim de semana antes do Natal
No último fim de semana antes do Natal, milhares de pessoas lotaram as ruas de comércios e shoppings do Grande ABC para garantir os presentes de última hora. Por mais que o movimento fosse grande, ninguém reclamou. O pagamento da segunda parcela do 13º salário, na sexta-feira, foi um dos motivos alegados por quem encarou a superlotação. Também teve gente que alegou falta de tempo e desorganização nos horários e expectativa por possíveis promoções em lojas. Alguns, entretanto, estavam cientes de que a correria pode atrapalhar o planejamento financeiro.
Em Diadema, nas do Centro, o metalúrgico Valter Martins, 44, foi um dos que esperou o dinheiro do abono de Natal para garantir os presentes da mulher, a auxiliar de enfermagem, Juliana, 41, e para seus dois filhos, André Lucas e Beatriz. “A primeira parcela deixei reservada para pagar as contas atrasadas. Agora com a segunda (parcela), que recebi ontem (sexta-feira), consigo destinar aos presentes”, destaca,
Já no caso do publicitário, Gustavo Amaro, 32, a rotina agitada e o acúmulo de trabalho, contribuíram para que ele não conseguisse comprar os presentes com antecedência. Mas promete que no próximo ano será diferente. “Deixamos tudo para última hora e com isso, atrapalha nosso controle financeiro”. Sua mulher e veterinária, Janaina Amaro, 28, concorda com o marido. “Até tentamos comparar os preços entre lojas e buscar o melhor valor, mas, mesmo assim, o gasto pode ser alto”, lamenta.
No calçadão da Oliveira Lima e no Grand Plaza Shopping, em Santo André, o fluxo de pessoas também foi intenso, principalmente, em busca de oportunidades e descontos, como no caso da autônoma Caroline de Almeida, 30. Ela confessa que visitou os dois locais da cidade, mas não se sentiu motivada com os preços. “Estou à procura de sapatos para presentear minha mãe e minhas tias, mas não achei nenhum lugar com preço melhor. De fato, os valores são os mesmos”, destaca.
A aposentada Antônia Bartira, 62, e o marido, Francisco Bartira, 65, optaram em comprar itens mais em conta. “Todo ano separamos dinheiro para presentear nossos netos e crianças. Como nossa família é grande, não vamos comprar presentes tão caros, mas também, não deixaremos passar em branco”, afirma Antônia.
Lojistas apostam em alta nas vendas de 15% até terça-feira
Com lotação em shopping e comércios de rua durante todo o dia, a expectativa de vendas ainda é alta, pelo menos até terça-feira, véspera do Natal. Segundo funcionários dos estabelecimentos, o movimento nesta semana teve aumento em 15% na comparação com o início do mês.
Apesar de o crescimento, alguns lojistas ficaram frustados com as vendas. “Esperava que fosse de 30% a 40%. Mas acho que está melhor do que o ano passado”, destaca a gerente de uma loja de roupas, Sâmia Alves.
Já em uma loja de acessórios femininos, os eventos de amigo-secreto e happy hour, colaboraram para a alta das vendas. “Acho que as pessoas estão mais à procura de uma lembrança, do que um presente nesses eventos”, comenta a caixa, Elisângela Ramos, 35.
Para atrair clientes, a estratégia adotada pela gerente Carla Munhoz, 38, de loja de roupas infantis, foi oferecer descontos de 5% em compras à vista. “É atrativo, querendo ou não, quem recebeu as parcelas do 13° salário, não quer colocar as compras no crédito, então oferecemos esse diferencial”, afirma
Em novembro, a loja oferecia esse desconto apenas para pagamentos feito em dinheiro e em dezembro, estendeu a promoção também para cartão de débito. “A maioria das compras acabou sendo pelo cartão de débito, deixando de lado o crédito”, ressalta a gerente.
O advogado Roberto Bastos, 42, planejou com a mulher, Silvia Rodrigues, 39, que os presentes caros ficaria para “os familiares mais próximos” e as lembranças para “os parentes um pouco mais distantes”. “Tentamos encaixar todos os presentes em nosso orçamento, inclusive, buscar pagar tudo à vista, assim, não estendemos dívidas para 2020”, destaca.
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