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Oswaldo tenta convencer Márcio a voltar à Câmara
Mark Ribeiro
Do Diário do Grande ABC
21/08/2011 | 07:19
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Claudinei Plaza/DGABC


O prefeito de Mauá, Oswaldo Dias (PT), está engajado em trazer de volta ao cenário político da cidade o seu correligionário Márcio Chaves Pires. O "projeto de reinserção", como define o chefe do Executivo, parte de lançar o companheiro como candidato à Câmara em 2012, espaço que Márcio deixou há 19 anos para se consolidar como um dos principais nomes da história do PT municipal. Nos últimos tempos, porém, ele manteve certa distância da política e do partido, e entrou no ostracismo na vida pública.

Vice-prefeito por dois mandatos (1997 a 2004), candidato a prefeito em 1992 e 2004, secretário de Saúde e superintendente do Saneamento Básicio do Município de Mauá. Apesar do currículo (veja reportagem ao lado), Márcio considera que concorrer a vereador após 24 anos não reflete decadência. "Quem me conhece sabe que sempre privilegiei o espaço para o debate de políticas públicas, que é a função da Câmara". Ele confirmou que Oswaldo tem mantido contatos para convencê-lo a disputar a eleição "no sentido de ser o puxador de votos do PT".

O ex-vice-prefeito acrescenta que "seria orgulho voltar a ocupar este espaço (no Legislativo)", e ponderou que a definição sobre candidatura se dará em momento oportuno, "quando o partido abrir a discussão". "Por enquanto está sendo costurada nos bastidores."

Oswaldo, entretanto, reforçou que "a hora de conversar é agora", e deixou escapar que analisa a possível volta do correligionário à Câmara de outra forma. "Às vezes é preciso dar um passo para trás para depois dar dois para frente."

Por outro lado, o prefeito argumenta que a articulação para Márcio retornar à vereança transcende um mero convite. "É pela valorização da política de Mauá e do Grande ABC. Ele é liderança importante, que não pode ficar afastada das discussões."

 

REVOLUCIONÁRIO

Com o perfil de liderança preservado, Márcio Chaves traça planos para o possível retorno à Câmara e garante que, com ele, a Casa terá autonomia, liberdade e independência do governo. "Os legislativos municipais não podem continuar sendo correia de execução do Poder Executivo."

 

Petista foi protagonista por duas décadas

 

Após exercer mandato atuante no Legislativo, Márcio Chaves lançou candidatura a prefeito em 1992, ficando em terceiro lugar na disputa vencida por José Carlos Grecco. Nas eleições seguintes ao Paço (1996 e 2000), compôs chapa vitoriosa encabeçada por Oswaldo Dias. Mesmo como vice-prefeito (1997 a 2004), acumulou, em períodos distintos, o comando da Secretaria de Saúde e a superintendência do Sama, dois dos postos de mais visibilidade do primeiro escalão.

O protagonismo o credenciou como o candidato do PT a prefeito em 2004. Márcio venceu o primeiro turno contra Leonel Damo, mas teve o registro de candidatura cassado em virtude da exposição Túnel do Tempo, que mostrava ações da gestão petista - a Justiça entendeu que ele e Oswaldo utilizaram a máquina pública para promover a campanha eleitoral.

A partir daí, Márcio se enfraqueceu, perdeu as prévias do PT em 2008 para o próprio Oswaldo e foi preterido na formação do governo. A reaproximação ocorreu no início do ano, quando o chefe do Executivo o convidou para assumir a Agência Reguladora de Água e Esgoto - recusou por priorizar projetos profissionais (presta serviços de consultoria em saneamento a diversas cidades).

Diante da nova proposta, adota a linha soldado do partido. "O fundamental é que quero contribuir com o PT". A disposição é elogiada pelo presidente municipal da sigla, Leandro Dias, filho de Oswaldo, que também integra o movimento para tentar convencê-lo a retomar a vida pública, mesmo que em posição inferior às já ocupadas.

 "O Márcio tem expressão dentro e fora do PT. Candidatura dele é sempre ventilada por ter base eleitoral muito forte. O reconhecemos como grande líder político e queremos tê-lo como candidato."




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